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PC Português denuncia política de direita do atual governo

O Comitê Central do Partido Comunista Português esteve reunido em 11 e 12 de fevereiro para analisar a evolução da política no país ibérico, assim como alguns aspectos da situação internacional, no quadro do agravamento da crise estrutural do capitalismo. Na ocasião, foi aprovado um documento político que faz um diagnóstico profundo e revolucionário da conjuntura.

O CC aprovou um conjunto de linhas de trabalho para a agremiação comunista e também uma resolução sobre o aniversário de 90 anos do PCP, que será comemorado em março.

Elo frágil

Portugal, um elo frágil do imperialismo europeu, vive um momento crítico, atormentado pela dívida externa e acossado pelo FMI e a cúpula da União Europeia para aplicar um duro ajuste fiscal, que já está sacrificando conquistas históricas da classe trabalhadora e da Revolução dos Cravos e despertando a indignação popular.
 
O documento, dividido em cinco pontos, critica a política de obediência do atual governo português, liderado pela social-democracia, aos ditames do grande capital e de seus centros de poder, que procuram aniquilar conquistas trabalhistas e sociais dos portugueses para propiciar "uma estratégia política dirigida para acentuar a exploração da força do trabalho e favorecer a acumulação capitalista", como assinala o Comitê Central.

Ofensiva capitalista

"O Comitê Central do PCP registra o inquietante e dramático agravamento da situação social decorrente do ataque a salários, às reformas e pensões, do aumento dos preços e dos cortes sociais que estão a conduzir para a pobreza centenas de milhares de portugueses", denuncia.

Em relação à situação internacional, o CC do PCP destaca o aprofundamento da crise do capitalismo, apontando a tendência para uma recessão mundial, de acordo com as perspectivas econômicas para o ano de 2011.

Concentração e centralização do capital

O Comitê Central sublinha também que acentua-se cada vez mais "o processo de concentração e centralização de capitais, baseado no uso dos Estados como financiadores diretos do grande capital financeiro, e na intensificação da exploração e alargamento das políticas ditas de 'austeridade', direcionadas contra os trabalhadores e os povos, provocando um retrocesso social de dimensões históricas e globais, como o confirmam a evolução do desemprego e da precariedade recentemente divulgada pela OIT, mas também do aumento da pobreza e da fome, evidenciando-se assim o aprofundamento do carácter explorador, cruel e desumano do sistema capitalista".

O Comitê Central também expressou solidariedade com as lutas e os levantes populares e democráticos dos povos do mundo árabe no norte da África e no Oriente Médio. "Indissociáveis das tendências de fundo da situação internacional e da ofensiva exploradora e opressora que a caracteriza, estes importantes acontecimentos têm a sua origem nas insanáveis contradições de classe que se acentuam há décadas nestes países, representam desde já – e independentemente dos desfechos que possam vir a ter – importantes avanços na tomada de consciência política das massas trabalhadoras e populares, e da percepção do seu efetivo poder, e são um significativo revés na estratégia de dominação do imperialismo norte-americano e europeu nesta região do globo", arremata.

Leia a integra da nota do Comitê Central do PCP no site do Partido

Da redação, com informações do PCP