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Bancários do Nordeste querem ser ouvidos sobre gestão do BNB

Os governadores dos estados do Nordeste estão reunidos durante o dia de hoje, em Sergipe, no XII Fórum de Governadores do Nordeste, do qual participa a presidenta Dilma Rousseff. Caberá a ela, segundo a programação do evento, ministrar a palestra “O Governo Dilma Roussef e o Nordeste". Outros temas que serão abordados são a Sudene, o Banco do Nordeste do Brasil (BNB) e o financiamento da região.

A sociedade civil organizada não está presente, o que é lamentável, tendo em vista todo o acúmulo de experiência e de conhecimento sobre a região que detém dezenas de entidades, entre elas a Associação dos Funcionários do BNB (AFBNB), sobretudo quando nesta reunião deve ser discutido o nome do presidente do Banco, até agora uma incógnita, mas com muitos “balões de ensaio”.

Queremos ser ouvidos para defender e justificar o perfil elaborado pela entidade para o gestor do Banco, por acompanharmos de perto a instituição e conhecermos suas potencialidades e suas fraquezas internas e externas. Por sabermos que o Banco não é moeda de troca e que seu presidente deve ter compromisso, antes de mais nada, com a região e com os trabalhadores da instituição, com os quais deve prestar contas e não não a grupos de interesses alheios ao desenvolvimento da região. Além disso, porque está em nossa missão trabalhar pelo fortalecimento do Banco do Nordeste e da região.

Pela importância, confiança e objetivo da sua ação, não se pode falar em financiamento do desenvolvimento da região sem se falar do BNB. E não se pode atribuir responsabilidades ao Banco sem que lhe sejam dadas condições estruturais e respaldo político para tal. Por isso defendemos o aumento do capital social do BNB; um maior aporte e diversificação de fontes de captação de recursos; a participação do BNB no Plano Regional de Desenvolvimento do Nordeste e no recém instalado Fórum de Desenvolvimento Econômico. É inadmissível que o Banco do Nordeste, com a sua história e a contribuição que tem dado à região, esteja fora desses espaços. O Brasil não deve voltar a cometer o erro de tratar o desenvolvimento como algo global, linear, nacional, ficando as regiões a reboque. Esse modelo está fadado ao fracasso, pois trata de desiguais com pesos iguais, aprofundando as desigualdades entre as regiões; iniqüidades que exigem medidas específicas e dirigidas.

A AFBNB, buscando contribuir com esse entendimento, elaborou durante a campanha presidencial a Carta-Compromisso com o Desenvolvimento Regional, documento que apresenta diretrizes a serem consideradas em um plano regional de desenvolvimento. O conteúdo resulta do acúmulo de discussão que vem se aprofundando ao longo dos anos na entidade, da qual participaram pesquisadores, economistas e técnicos da região. O documento foi entregue em mãos à então candidata Dilma Rousseff, ao coordenador da Campanha e do Governo de Transição, Eduardo Dutra, e a todos os governadores da região Nordeste.

Queremos crer que nosso esforço valerá a pena; que nossas contribuições serão levadas em consideração, inclusive quanto ao perfil dos gestores, quando da escolha do nome do futuro presidente do Banco. Ainda dá tempo!

José Alci Lacerda de Jesus
Diretor de Ações Institucionais da AFBNB