Alckmin demite sociólogo que vendia dados da Segurança Pública
Segundo governador, saída de Túlio Kahn foi motivada por incompatibilidade entre o cargo e atividades paralelas. Kahn é acusado de vender informações sobre a Segurança no estado através de sua empresa.
Publicado 01/03/2011 15:56 | Editado 04/03/2020 17:17
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, anunciou nesta terça-feira, 1º, a substituição do sociólogo Túlio Kahn no comando da Coordenadoria de Análise e Planejamento (CAP), da Secretaria de Segurança Pública do estado. A saída de Kahn, segundo Alckmin, foi motivada por uma incompatibilidade do cargo público e suas funções na iniciativa privada. Ele é acusado de vender informações sobre a Segurança no estado através de sua empresa.
Desde 2003, Kahn era coordenador da CAP (Coordenadoria de Análise e Planejamento), o órgão da Secretaria da Segurança Pública que concentra todas as informações estatísticas sobre violência. Já atravessava três governos na função. Havia sido nomeado para o cargo pelo secretário Saulo de Castro, no governo de Geraldo Alckmin (2003-2006).
O ex-chefe do CAP teria repassado dados do governo de São Paulo por meio de serviços da Angra Consultoria, da qual é sócio, segundo reportagem publicada pelo jornal Folha de S.Paulo. As informações discriminariam detalhes de furtos e assaltos ocorridos no estado de São Paulo, dados que não são divulgados pelo governo estadual.
"Ele fez um bom trabalho nessa área, de estatística e interpretação dos índices de segurança de São Paulo. É um profissional competente", elogiou. "Mas essa atividade empresarial é incompatível com o cargo que ocupa. Então, ele será substituído hoje das suas funções."
A divulgação dos dados, segundo Alckmin, não prejudicou o trabalho do governo estadual na área de segurança. De acordo com ele, a divulgação dessas informações é uma questão "a ser estudada" pelo governo de São Paulo.
Alckmin negou que o governo estadual teria recomendado ao sociólogo que abrisse uma empresa de consultoria, contrariando o que Kahn havia dito. "Imagine, não, não. Imagine se o governo vai recomendar a alguém que tenha uma atividade paralela", afirmou. Kahn havia argumentado que o governo teria sugerido a ele a abertura da empresa.
Após evento na capital paulista, o governador disse que o novo nome para assumir o posto deve ser escolhido ainda hoje pelo secretário da pasta, Antonio Ferreira Pinto.
Da redação, com informações Folha de S.Paulo