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Brasil apoiará ações da ONU na crise da Líbia, diz porta-voz

O governo brasileiro adotou posição cautelosa em relação ao conflito na Líbia. Segundo o porta-voz da Presidência, Rodrigo Baena, o Brasil "apoiará todas as iniciativas definidas pelas Nações Unidas". A declaração foi feita hoje ao final do dia.

Mais cedo, a presidente Dilma Rousseff comentou os aspectos econômicos da crise. Perguntada se a crise líbia preocupa o Brasil por causa da alta do preço do petróleo, a presidente subestimou o impacto do conflito, pelo menos temporariamente. "Acho que não é uma preocupação ainda das maiores", disse ela.

Segundo Dilma, "não há hipótese" de a crise líbia afetar "o conjunto do fornecimento [petrolífero] do mundo", caso haja mais problemas na produção e fornecimento.

Dilma comentou ainda os negócios do Brasil com o país. Ela citou grandes empresas e construtoras que atuam na Líbia. "Isso causa obviamente para esses investidores uma turbulência".

Resgate de brasileiro

O Ministério de Relações Exteriores confirmou nesta quinta-feira que o mecânico brasileiro André Luís Claro Poças, funcionário da petroleira Petroair, foi retirado de Brega, cidade no leste da Líbia alvo de ataques aéreos das forças leais ao ditador Muammar Kadafi, e levado para uma área mais afastada do conflito.

Poças é o último brasileiro a pedir auxílio à Embaixada Brasileira na Líbia para deixar o país. Mais de 500 brasileiros, segundo estimativas do próprio Itamaraty, já deixaram a Líbia, que vive uma guerra entre rebeldes da oposição (que controlam o leste) e as forças leais a Kadafi (que mantém controle de Trípoli e seus arredores).

Segundo a Chancelaria brasileira, Poças está em segurança –que é mais importante do que a pressa.

Mais cedo, o Itamaraty havia informado a Folha.com que o embaixador brasileiro na Líbia, George Ney de Souza Fernandes, manteve contato com Poças desde o início da revolta popular e tentou incluir o mecânico no grupo de funcionários de empresas estrangeiras que deixaram a Líbia nas últimas semanas via barco.

A Petroair, contudo, tranquilizou seus funcionários e garantiu que tudo estava bem na cidade. O próprio Poças disse ao embaixador que estava calmo e não se sentia ameaçado até alguns dias atrás –quando relatou ouvir bombardeios e tiroteios na cidade.

Brega é o local onde está a segunda maior instalação de petróleo e estaria sob controle da oposição desde a semana passada, segundo fontes da imprensa ocidental. Mas a cobertura midiática sobre a crise na Líbia tem sido tão deturpada que já não se pode mais confiar nas informações que são divulgadas pelos grandes veículos de comunicação.

Da redação, com agências