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Deputado do Parlamento Europeu rechaça intervenção na Líbia

O deputado espanhol no Parlamento Europeu, Willy Meyer denuncio nesta terça-feira (8) a pretensão dos Estados Unidos e da Otan de recorrer a uma intervenção militar na Líbia, em detrimento de uma solução pacífica à crise nesse país do norte da África.

Meyer acusou Washington e seus aliados da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) de apostar na linguagem da guerra e, incluso, tentar rearmar os opositores ao governo do líder líbio, Muamar Kadafi.

Diante da ameaça de uma conflagração, o eurodeputado da coalizão Izquierda Unida (IU) apelou à Uniãon Europeia (UE) para que utilize a via diplomática e pressione as partes enfrentadas, a fim de alcançar um cessar-fogo e pôr fim à violência.

A comunidade internacional deve centrar seus esforços em conseguir que cessem as hostilidades entre partidários e detratores de Kadafi para buscar uma saída negociada que permita a autodeterminação do povo líbio, sublinhou.

Em comunicado difundido na página oficial da IU na Internet, Meyer considerou que as missões de observação da UE ou da União Africana deveriam ser úteis para tomar iniciativas que permitam calar as armas.

Segundo Meyer, o bloco do chamado velho continente atua com dois pesos e duas medidas, ao avalizar as teses militaristas para solucionar uma grave situação humanitária gerada depois de longos anos de cooperação com as autoridades de Trípoli.

O deputado mostrou o contraste entre essa posição da EU e a postura assumida perante os crimes cometidos por Israel no Líbano e na Palestina que,apesar de condenados pelas Nações Unidas, nunca foram objeto de estudo por parte dos Estados Unidos ou da Otan para uma possível intervenção armada.

Essa hipótese tampouco foi aventada pelo Ocidente durante as recentes revoltas populares na Tunísia, Egito, Barein e Marrocos, ressaltou o deputado, que é também responsável de Política Internacional da IU espanhola.

Na sua opinião, a crise das nações do norte da África evidenciou as contradições da política de vizinhança da UE, mais interessada em garantir o livre comércio do que no respeito aos direitos humanos.

Meyer lamentou que no caso da Tunísia e do Egito, a Europa não exigiu aos seus ex-presidentes derrubados o cumprimento estrito do direito internacional e dos direitos humanos, como exigem as cláusulas dos acordos de associação firmados com a UE.

Deplorou também que o bloco comunitário estabeleça essas mesmas condições na hora de jugar a atuação do Marrocos e de Israel, regimes com os quais mantém tratados similares.

Por último, o eurodeputado da IU censurou o governo da Espanha por defender as teses de uma resposta militar estrangeira na Líbia, em lugar de uma ação diplomática concertada a partir das Nações Unidas e da União Europeia.

Fonte: Prensa Latina