Conselho pede foto do hotel Ca'd'Oro e autoriza demolição

Símbolo de um tempo em que os hotéis do centro de São Paulo eram os mais glamourosos da cidade e atraíam reis, presidentes, escritores e políticos, o Hotel Ca'd'Oro, na rua Augusta (centro), será reduzido a um álbum de fotos.

Foi o que decidiu, por unanimidade, o Conpresp (conselho municipal de preservação do patrimônio histórico), órgão ligado à Secretaria Municipal de Cultura, que autorizou a demolição do prédio de 15 andares e 300 quartos.

Na decisão, publicada no "Diário Oficial" da Cidade no sábado passado, o Conpresp pede que seja "elaborado um completo dossiê da edificação, com fotos e plantas, para arquivo do Departamento do Patrimônio Histórico".

As últimas imagens do hotel, aberto em 1953 e fechado em dezembro de 2010 –vítima da degradação progressiva do centro–, foram recomendadas, segundo o Conpresp, pela "importância do Hotel Ca'd'Oro, que por anos a fio serviu como referência do mercado hoteleiro".

A Brookfield Incorporações, que adquiriu os prédios que abrigavam o hotel e a escola Patrícia Galvão (ao lado do Ca'd'Oro), disse apenas que acatará a recomendação.

No terreno, a empresa planeja erguer uma torre de 28 andares, com 549 salas comerciais e 143 flats.
A demolição foi autorizada porque o prédio não é tombado. O Conpresp, no entanto, teve de avaliar o projeto porque os edifícios ficam no entorno de um imóvel tombado –o que abriga a escola estadual Caetano de Campos, na vizinha praça Roosevelt.

O projeto tramitou em menos de seis meses no conselho –deu entrada em agosto de 2010 e foi aprovado no último dia 15 de fevereiro. 

A  a assessoria do Conpresp enviou uma nota na qual diz que a recomendação de registrar o prédio demolido em fotos é "um expediente ao qual se pode recorrer em casos como o do Ca'd'Oro".