Sem categoria

Mineiros chilenos convocam greve geral nesta sexta

Depois do resgate dos 33 mineiros chilenos, que ficaram 67 dias soterrados a 700 metros de profundidade no ano passado, a categoria prepara para amanhã (11) uma paralisação nacional no Chile. Os mineiros reclamam que faltam condições adequadas de trabalho na maioria das minas em funcionamento no país. As informações são da Federação dos Mineiros do Chile, que organiza a atividade no marco do cumprimento do primeiro ano de mandato do presidente Sebastián Piñera.

Os mineiros pretendem fazer uma passeata até um dos principais cartões-postais de Santiago, a capital chilena, a Praça das Armas, situada em frente ao Palácio de La Moneda – sede do governo federal.

A Federação dos Mineiros do Chile informou que as más condições de trabalho e a falta de segurança levaram 45 profissionais à morte, apenas em 2010. A mineração é uma das principais atividades econômicas do Chile e o setor com mais registros de mortes no país, tendo contabilizado mais de 400 mortos na última década.

Fiscalização

O Chile é o maior exportador de cobre do mundo e cerca de 4,5 mil profissionais atuam no setor de mineração em pequenas e médias empresas, enquanto o número de fiscalizadores não passa de 20, segundo a entidade sindical Corporación Nacional do Cobre. O governo chileno analisa, desde meados do ano passado, propostas para aumentar a fiscalização e melhorar as condições de trabalho no setor. A Mina San José, onde os 33 mineiros ficaram soterrados, permanece fechada.

De acordo com a direção da Federação dos Mineiros do Chile, várias categorias profissionais devem aderir à paralisação marcada para amanhã. Os organizadores da manifestação esperam a adesão de grupos ambientalistas contrários à construção no país de complexos termoelétricos, considerados poluentes, como a Central Castilla, projetada na região norte de Atacama. A ideia, segundo os sindicalistas, é demonstrar a insatisfação com a situação atual dos trabalhadores.

Unindo forças

"Sentimos a necessidade de unir forças com outros setores com o objetivo de pôr fim à sistemática política de atropelo dos direitos trabalhistas", assinalou o dirigente da Corporación Nacional do Cobre, Nelson Soto. "Temos uma grande massa de cidadãos, trabalhadores, moradores das comunidades, profissionais e pequenos empresários que estão descontentes com o modelo econômico que se implementou no país todos estes anos", ressaltou o líder sindical.

Os trabalhadores da mineração opõem-se ainda à vendade ativos de empresas estatais a transnacionais, assim como à desnacionalização do cobre.

Da redação, com informações da Agência Brasil e Prensa Latina