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Manifestações marcam um ano do governo de Sebastián Piñera

Organizações sociais e populares, em oposição ao governo do Chile e lideradas pelo Comando pelos Direitos Sociais e Populares, realizaram nesta sexta-feira (11), uma série de protestos por todo o país, na contramão das comemorações do primeiro aniversário do governo de Sebastián Piñera.

O objetivo das manifestações foi fortalecer a luta social dos trabalhadores e dar visibilidade aos pontos que precisam receber mais atenção e investimento do governo. Na capital, Santiago, e em outras regiões como Valparaíso, Temuco e Concepción, as mais variadas atividades expressarão o descontento pela maneira como Piñera vem conduzindo seu governo, já que muitas promessas de sua campanha eleitoral não foram cumpridas.

A jornada de protesto é resultado de um balanço negativo feito pela oposição sobre o governo da direita, que classificou como ‘maus resultados’ as áreas de educação, a dívida com os povos originários, além da corrupção no interior das instituições policiais e os riscos de intervenção das transnacionais em diversas zonas do país. As últimas pesquisas que avaliam o desempenho do governo apontam para o mesmo resultado.

"Porque não tem democracia verdadeira. A soberania nacional não existe. Os Povos e os Trabalhadores não são ouvidos. Por isso, o único caminho é se organizar e protestar por nossos direitos”, explicam.

O Movimento dos Povos e Trabalhadores (MPT), que também aderiu à jornada, argumentou que "as razões imediatas do protesto estão à vista de todo o país e se resumem no aumento do custo de vida, no preço dos alimentos, do transporte coletivo, dos serviços básicos (luz, água, energia), de que o salário não alcança para chegar ao fim do mês”.

Os manifestantes reclamam da desigualdade na distribuição de renda, do aumento dos produtos de primeira necessidade, que não é acompanhado pelo salário; da atuação das transnacionais que exploram e lucram em cima das riquezas naturais do país e da má qualidade nos serviços de educação e saúde. "A qualidade da educação e da saúde é cada vez pior para os trabalhadores, os povos e os pobres", afirmam.

As organizações pedem o avanço das atividades de reconstrução das áreas atingidas pelo terremoto de 2010, e aproveitam o momento também para exigir a liberdade dos presos políticos, a penalização dos violadores de direitos humanos, o respeito aos povos originários e às mulheres. "Fim à constituição pinochetista", clamam.

Entre as atividades, foi realizada, no fim da manhã de sexta, uma marcha que saiu da Praça de Armas da capital, e seguiu até o Palácio de La Moneda, sede do governo, para apresentar uma série de demandas populares e sociais. Junto com este documento também foi entregue um abaixo assinado referente às campanhas de segurança laboral e contra os aumentos e o abuso patronal.

Com esta jornada de protestos, os manifestantes esperam conseguir um salário mínimo de 350 mil pesos mensais, o reajuste das pensões, o fim do aumento dos alimentos de consumo popular, assim como o fim do aumento nas tarifas de transporte público, da água e da energia elétrica.

Também é esperada a realização de uma assembleia constituinte, o fim da penalização do protesto social, a revogação do código trabalhista, serviços de educação e saúde gratuitos e de qualidade, renacionalização das riquezas naturais e autonomia plena dos povos originários.

Fonte: Adital