Reabertura do museu biográfico marca os 164 anos de Castro Alves
Este ano, o município de Cabaceiras do Paraguaçu tem motivo em dobro para comemorar o dia 14 de março, data que marca os 164 anos de nascimento do poeta Castro Alves e também festeja os 40 anos de inauguração do museu biográfico Parque Histórico Castro Alves (PHCA). Situada na Fazenda Cabaceiras, a antiga moradia do poeta será reaberto ao público nesta segunda-feira (14/3), após ficar fechada para reforma durante todo o mês de fevereiro.
Publicado 14/03/2011 15:43 | Editado 04/03/2020 16:19

O Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Ipac), por meio da Diretoria de Museus (Dimus) promoveu uma reforma na estrutura física do museu, além de restauro e higienização de parte do acervo composto por mais de 380 objetos que pertenceram ao poeta e seus familiares. Agora, o museu reabre com uma nova concepção expográfica assinada pelo arquiteto André Vainer.
Com a requalificação do Parque Histórico, o público terá um local totalmente revitalizado e adequado para conhecer, pesquisar e mergulhar no universo do porta-voz literário da Abolição da Escravidão no Brasil. Segundo Daniel Rangel, diretor da Dimus, o museu continua a preservar a memória de Castro Alves, mas passa a dar mais destaque a obra literária do poeta dos escravos. “O Parque Histórico comemora os 40 anos de criação com uma nova exposição que conecta o poeta e seu tempo com a contemporaneidade. Manuscritos, livros, indumentárias e adornos pessoais estão agora reunidos, com vozes e imagens que revelam o legado poético deixado por Castro Alves”, explica Rangel.
Poeta
Antônio de Castro Alves nasceu na Bahia em 1847, na Fazenda Cabaceiras, Comarca de Muritiba, a 42 quilômetros da Vila de Nossa Senhora da Conceição de ‘Curralinho’ (hoje, município de Castro Alves). Famoso pelas fortes críticas à escravidão, ele fez parte da Terceira Geração da Poesia Romântica (Social ou Condoreira), caracterizada pelos ideais abolicionistas e republicanos, sendo considerada a maior expressão da época. Entre suas obras estão Espumas Flutuantes, Gonzaga ou A Revolução de Minas, Cachoeira de Paulo Afonso, Vozes D'África, O Navio Negreiro.
Em 1862, Castro Alves ingressou na Faculdade de Direito de Recife, após ter feito o curso primário no Ginásio Baiano. É dessa época a composição dos primeiros poemas abolicionistas: Os Escravos e A Cachoeira de Paulo Afonso. Em 1867, retorna para a Bahia e segue, no mesmo ano, para o Rio de Janeiro, com incentivos promissores de José de Alencar, Francisco Otaviano e Machado de Assis. Depois, em São Paulo, conviveu com intelectuais e escritores como Rui Barbosa, Joaquim Nabuco, Rodrigues Alves, Afonso Pena e Bias Fortes. Neste período, viveu seus dias de maior glória. Em 11 de novembro de 1868, caçando nos arredores de São Paulo, feriu o calcanhar esquerdo com um tiro de espingarda, o que resultou na amputação do pé. Em seguida, contraiu tuberculose, obrigando-o a voltar à Bahia, onde morreu, em 1871.
Fonte: Agecom Bahia