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Futuro da Previdência Social divide opiniões em seminário

Os rumos da previdência social, a consolidação da previdência complementar no país e o panorama internacional da previdência social são os temas abordados no seminário que está sendo realizado pelo Ministério da Previdência Social e pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em Brasília, nesta quarta e quinta-feira (16 e 17). O objetivo do encontro é traçar um quadro das necessidades mais urgentes do sistema, levando em conta diferentes pontos de vista.

Futuro da Previdência Social divide opiniões em seminário - Ag. Brasil

O seminário, que reúne ministros e parlamentares, debate os temas que ainda não são consenso entre autoridades e estudiosos, além de rever os desafios para a Previdência, como, por exemplo, a ampliação da cobertura do sistema, as regras de acesso a benefícios e de reajuste, bem como seu equilíbrio de longo prazo.

Na abertura, feita pelo presidente do Ipea, Marcio Pochmann, ele disse que o objetivo do evento é ter uma visão mais completa da Previdência Social. “A sociedade encontra-se com famílias diminutas e a expectativa de vida tende a se aproximar dos 100 anos. Essa sociedade tem que ser repensada”, comentou.

Ele e os demais oradores destacaram os grandes desafios para sustentação do papel da Previdência Social. São temas que demandam reflexão e negociação entre os atores neles envolvidos, dizem os palestrantes, destacando, entre outros, a limitada cobertura do sistema, regras de acesso a benefícios e respectivos reajustes, os desafios da Previdência Complementar e os ajustes necessários ao Regime Geral.

Garantia de renda

A Previdência Social foi criada em 1923 e hoje é garantia de renda à disposição de inúmeros trabalhadores brasileiros. Ao longo dos anos sofreu importantes modificações, sendo reconhecida atualmente como um sistema unificado cobrindo 82% dos idosos e 67% dos trabalhadores ocupados.

O ministro da Previdência Social, Garibaldi Alves, que também participou da abertura do seminário, afirmou que “o único consenso que existe é o de que a Previdência Social é o mais tradicional instrumento de garantia de renda de trabalhadores e idosos brasileiros”. Ele lembrou que, mensalmente, a previdência paga 28 milhões de benefícios e que, sem eles, 23 milhões de pessoas estariam condenadas à situação de pobreza.

Garibaldi Alves destacou que 82% dos idosos brasileiros estão cobertos pela seguridade social. “Essa é uma das cifras mais elevadas da América Latina”, afirmou. No entanto, o ministro reconheceu que um dos desafios da previdência é o envelhecimento populacional. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2050 a população brasileira terá 64 milhões de idosos. Hoje, esse número é de 20 milhões.

Mudanças para o futuro

Também presente na abertura do seminário, o ministro-chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Wellington Moreira Franco, disse que garantir os direitos dos brasileiros daqui a 50 anos é o grande desafio da Previdência Social, mas sugeriu que qualquer mudança atinja apenas os que entrarem, e que os contratos já feitos não sejam desrespeitados. “As mudanças devem olhar para o futuro”.

Para o Advogado-Geral da União, Luís Inácio Lucena Adams, “a Previdência Social é uma enorme interface da sociedade com o Estado e essa interface se traduz em qualidade de serviço”.

O ministro da Previdência Social falou ainda sobre o fim do fator previdenciário que vem sendo cobrado pelos trablhadores desde a sua instituição pelo governo de Fernando Henrique Cardoso. “O Fator não pode ser simplesmente eliminado, ele faz parte de uma equação previdenciária que não pode ser mexida”, justificou.

A opinião do ministro nesse aspecto é contestada por muitos parlamentares de esquerda e pela maioria esmagadora do movimento sindical.

Fonte: Assessoria de Comunicação do MPS