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Mapuches retomam greve de fome no Chile contra julgamento

Quatro índios mapuches retomaram na última terça-feira (15) uma greve de fome em protesto por um julgamento "justo" que não inclua testemunhos secretos e que seja julgado por um "tribunal competente".

Ramón Llanquileo, Héctor Llaitul, José Huenuche e Jonathan Huillical estão na prisão de Lebu por conta de acusações de ataque a um promotor em 2008, durante um conflito por terras.

"O extenso processo investigativo e judicial que foi desenvolvido contra nós e outros 13 irmãos, sob a Lei Antiterrorista" teve como resultado "uma condenação política a quatro militantes da Coordinadora Arauco Malleco", disseram os mapuches, referindo-se ao movimento que luta pela independência de sua etnia indígena.

Segundo ele, o Tribunal de Cañete chegou a esta condenação baseado unicamente em declarações de testemunhas secretas e boatos, apresentando provas que seriam "inaceitáveis em qualquer outro lugar do mundo".

Para Natividad Llanquileo, porta-voz do grupo, "as penas às quais estão expostos são muito altas e eles não estão dispostos a passar 30 ou 40 anos na prisão, por isso continuaram [com o processo] até o final".

Ela acrescentou que "o Ministério Público faz o que quer", usando "testemunhas encobertas", enquanto o governo "lava suas mãos, algo que não estamos dispostos a aceitar".

Os quatro mapuches fazem parte de um grupo que passou 82 dias em greve de fome durante o ano passado, protesto que só foi suspenso depois de uma grande negociação com o governo, que contou com a intervenção do atual arcebispo de Santiago, monsenhor Ricardo Ezzati.

Fonte: Opera Mundi