Filho de Kadafi diz que Líbia não tem medo da resolução da ONU
Apontado como sucessor político do pai – o presidente da Líbia, Muamar Kadafi – Seif Al Islam Khadafi – afirmou nesta sexta-feira (18) que o governo do seu país “não tem medo”, depois da aprovação, pelo Conselho de Segurança Organização das Nações Unidas (ONU), de uma zona de exclusão aérea na região.“Estamos no nosso país e com o nosso povo. E nós não temos medo”, afirmou o filho de Khadafi.
Publicado 18/03/2011 09:26
“Não vão ajudar o povo se [vocês] bombardearem a Líbia para matar os líbios. Vocês vão destruir o nosso país. Ninguém ficará feliz com isso”, acrescentou Seif Al Islam Khadafi.
Na quinta-feira (17) à noite o Conselho de Segurança da ONU aprovou, com 10 votos favoráveis e 5 abstenções a resolução que estabelece uma zona de exclusão aérea na Líbia e autoriza “todas as medidas necessárias” para “proteger civis e áreas habitadas [por civis]” de ataques das forças leais ao governo do presidente Muamar Khadafi.
Votaram a favor da resolução agressiva os Estados Unidos, Reino Unido, França, África do Sul, Bósnia-Herzegovina, Colômbia, Gabão, Líbano, Nigéria e Portugal. O Brasil, China, Rússia, Alemanha e Índia se abstiveram.
Após a decisão, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, telefonou ao presidente da França, Nicolas Sarkozy, e ao primeiro-ministro da Grã Bretanha, David Cameron, para coordenar a estratégia militar a ser executada na Líbia.
Em comunicado, o governo norte-americano informou que “os dirigentes concordaram com o fato de que a Líbia deve respeitar imediatamente os termos da resolução”.
Mais uma vez os países imperialistas instrumentalizam o Conselho de Segurança da ONU e o põem a serviço de sua política belicista, para atentar contra a soberania e a integridade territorial de um país independente. Nesta hora não adiantam belas palavras. Ao invocar o multilateralismo para agredir um povo, os responsáveis por tal resolução na prática aderem ao unilateralismo de um condomínio imperialista, cada vez mais agressivo, inimigo da paz mundial.
Este foi o sentido da declaração do secretário de Relações Internacionais do PCdoB, Ricardo Abreu Alemão, ao Vermelho: “Neste momento os EUA e países membros da OTAN se preparam para uma intervenção militar na Líbia, após imporem no Conselho de Segurança da ONU uma resolução que torna “multilateral” a ação agressiva contra a soberania da Líbia. É preciso que as forças revolucionárias e progressistas de todos os continentes condenem toda e qualquer intervenção ou agressão militar estrangeira na Líbia, que não vai resolver o conflito, e só fará agravá-lo. No caso da guerra civil em curso na Líbia, é necessária uma solução política e pacífica para o conflito, que respeite a independência e a integridade territorial do país.”
Da Redação, com informação das agências