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Gabrielli, sobre pré-sal: aliança com EUA depende de instrumentos

O interesse do governo dos Estados Unidos pelo petróleo que jorrará do pré-sal brasileiro deve ser acompanhado de instrumentos que possibilitem uma aliança comercial estratégica entre os dois países. Em tom de crítica, a recomendação foi feita hoje pelo presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, que participou no Recife de um seminário sobre o desenvolvimento da cadeia de suprimento da estatal.

De acordo com o executivo, caso haja mesmo o interesse americano em adquirir o petróleo brasileiro, como foi aventado dias antes da visita de Barack Obama, o governo dos Estados Unidos deve criar condições para a criação de uma aliança estratégica entre os dois países.

“Se o governo americano vai dar importância estratégica ao fornecimento de petróleo do Brasil, então o governo americano tem que criar os instrumentos para que ele atue desta forma. Outros países têm esses instrumentos, mas o governo americano não tem”, afirmou Gabrielli.

“Os Estados Unidos é o maior mercado do mundo, mas é um mercado em que as empresas compram petróleo. O governo americano não compra petróleo. Então o governo não tem instrumentos diretos e constitucionais pra o governo comprar”, reiterou.

Líbia e o preço do petróleo

Questionado sobre o aprofundamento da crise política na Líbia e o consequente impacto sobre os preços do petróleo e dos derivados, Gabrielli afirmou que ainda não é possível saber se os conflitos no Oriente Médio serão capazes de criar um novo patamar de preços do produto.

“Não há ainda clareza se há um patamar novo de preços, porque quando houver isso, teremos que reajustar os nossos”, disse o executivo. Gabrielli se esquivou de dar mais detalhes sobre o plano de investimentos da Petrobras para o período entre 2011 e 2015, que, segundo ele, deve ser anunciado no final de abril.

O mercado espera algo em torno US$ 250 bilhões, mas o presidente da estatal não quis falar em números. “Não tenho como falar, porque não sei”, despistou.

Fonte, Valor Econômico, por Murillo Camarotto