Presidente do Iêmen ameaça "guerra sangrenta" e EUA silenciam
O presidente do Iêmen, Ali Abdulá Salé, afirmou nesta terça-feira (22) que o movimento oposicionista conduz o país a uma "situação insegura". Salé chegou a ameaçar os oposicionistas com o desdobramento de uma guerra civil, por causa do que ele chamou de "tentativa de golpe" por parte da oposição
Publicado 22/03/2011 17:34
"Aqueles que querem chegar ao poder através de golpes devem saber que isto está fora de questão. O país não estará seguro, haverá uma guerra civil, uma guerra sangrenta", disse, citado pela BBC.
Na última segunda-feira, vários oficiais das forças armadas declararam apoio aos manifestantes contra a ditadura. O general Ali Mohsen al-Ahmar, um dos militares mais importantes do país, ex-aliado do presidente, disse publicamente que passou para o lado dos manifestantes. Dois outros oficiais de alto escalão do Exército teriam renunciado também na segunda-feira.
Prova disso é a morte de dois soldados em confrontos ocorridos entre o Exército e a Guarda Republicana, arma de elite do presidente, travados na cidade de Mukalla, sudeste do país.
O governo de Salé tem enfraquecido a cada dia, por uma série de renúncias, desde que cerca de 50 manifestantes foram mortos a tiros numa manifestação na última sexta-feira.
Mantendo a mesma postura do egípcio Hosni Mubarak, Salé desafia os manifestantes. Uma fonte próxima do presidente disse à BBC que ele não pretende deixar o poder, onde está encastelado há 32 anos, e só admite vagamente a convocação no fim do ano de eleições. Salé desfez todo o seu gabinete no último domingo.
Os Estados Unidos, que não perderam tempo em criticar o regime do líbio Muamar Kadafi, agora não reagem com a mesma virulência. A única manifestação do regime americano foi de sua embaixada em Sanaa, que pediu aos americanos que moram no país a não saírem de casa, desde que Salé anunciou estado de emergência após massacre nos arredores da Universidade da capital que causou 45 mortes e 270 feridos.
Com agências