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Os intelectuais franceses e a luta pela paz (1968)

Começo de março de 1968. 17 mil intelectuais franceses assinam um texto apelando pela abertura de negociações no Vietnã. O pedido é atendido em 31 de março, quando o presidente dos Estados Unidos, Lyndon Johnson, anuncia a suspensão dos bombardeios no Vietnã ao norte do 19º paralelo. O diálogo pela paz podia então começar. Na época o escritor François Mauriac escreveu um memorável texto na revista Combate pela Paz, do Movimento da Paz da França.

“Que a força não prevaleça mais sobre o direito, o mais forte império está dando provas disso no Vietnã.

Não desejamos essa vitória que o presidente dos Estados Unidos promete a seu povo. Para vencer o Vietnã heróico, seria necessário que a enorme América o destruísse literalmente, incendiasse seu último povoado, envenenasse seu último campo.

Felizmente, para os americanos, o Vietnã lhes poupará essa vergonha. Ele os obrigará a derrotar sua vontade de potência, como nós próprios fizemos na Argélia, seria a única derrota que não os deixaria envergonhados.

Isto seria, para o mundo, o começo de uma nova era. A humanidade do futuro deverá muito ao Vietnã de hoje. Ela jamais o esquecerá".

Depois, Johnson anuncia, para surpresa geral, que não lutará por um segundo mandato, o republicano Richard Nixon é eleito e ordena a retomada dos bombardeios…

Fonte: Movimento da Paz, França