Sem categoria

Oposição apóia governo na política para produtos da Vale

"Queria dizer que concordo com a presidenta Dilma quando diz que é preciso agregar valor aos produtos e gerar mais empregos no Brasil. No Pará, a Vale leva a riqueza, que é o minério, mas o estado fica com a pobreza, sem uma compensação", disse o senador Flexa Ribeiro (PA), vice-líder do PSDB.

A manifestação ocorreu durante a discussão de um requerimento para convidar o ministro da Fazenda Guido Mantega para falar sobre macroeconomia e a sucessão na Vale, na reunião desta terça-feira (05/04) da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado (CAE). Fleixa elogiou a política do Governo Federal que defende a necessidade de se agregar valor aos produtos exportados pela empresa e não concentrar sua pauta na produção de minério de ferro.

Para o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) a Vale, cujos acionistas são fundos de pensão, bancos privados e o BNDES, precisa assumir um compromisso mais forte com o País. "A presidenta Dilma disse que não tem pressa para explorar o petróleo do pré-sal, mas considera fundamental que o País ofereça equipamentos com participação nacional. O mesmo deve acontecer com a Vale, pois deve agregar valor", disse ao observar que a mudança no comando da mineradora foi politizado pela oposição.

Flexa Ribeiro também discorda da política adotada pela Vale de dar prioridade à atividade extrativista do minério de ferro sem investir na siderurgia. "Vendemos minério de ferro para a China, para a Indonésia e países asiáticos e importamos aço", afirmou. A reivindicação do senador da oposição diz respeito, inclusive, à Alpa, uma siderúrgica da empresa que aguarda sair do papel em Marabá há vários meses. Próxima de Carajás, a siderúrgica poderia atrair um pólo de desenvolvimento, com a posterior instalação de indústrias de linha branca, máquinas, autopeças e até a automobilística.

O senador Inácio Arruda (PCdoB-CE) apoiou o senador da oposição e lembrou que a Vale recebe por tonelada exportada de ferro o equivalente a R$ 100, enquanto o próprio estado do Ceará importou trilhos pagando R$ 800 a tonelada. "Há um debate a ser feito entre os que defendem que a Vale não deva competir com as siderúrgicas, pelo fato de que é fornecedora e isto a colocaria para concorrer com seus clientes, e os que acreditam ser possível agregar valor, gerar mais empregos e sim, porque não competir no ramo de siderurgia", ponderou.

Arruda citou que uma empresa siderúrgica está sendo instalada no Ceará justamente para produzir arame farpado para atender o mercado interno e o externo. "Não faz sentido vender a matéria-prima e importar o produto acabado".

Convite

O presidente da CAE, senador Delcídio Amaral (PT-MS), informou que o requerimento aprovado de convite ao Ministro da Fazenda, Guido Mantega, será apensado a outro já aprovado há um mês. "Já solicitamos que o ministro defina a data que virá a CAE. Esperamos que seja neste mês", afirmou. Na ocasião, Mantega falará sobre as políticas econômicas adotadas pelo Governo e as mudanças no comando da Vale.

Fonte: Liderança do PT no Senado