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Wikileaks revela manobras em eleições do México em 2006

Dois meses antes das eleições presidenciais de 2006 no México, o Partido Revolucionário Institucional (PRI) e o Partido Ação Nacional (PAN) concordaram em desgastar o apoio ao então candidato da esquerda à Presidência da República, Andrés Manuel López Obrador. A informação foi publicada nesta terça-feira no jornal La Jornada.

Segundo informações reveladas pelo Wikileaks, o ex-presidente nacional do PAN, Manuel Espino, manifestou à embaixada estadunidense no México sua satisfação pelos efeitos da campanha contra o candidato do Partido da Revolução Democrática (PRD), fato que depois se refletiu com um voto favorável para Felipe Calderón.

Espino, que mais tarde romperia com o atual presidente, atribui a queda do movimento de López Obrador às más estratégias de campanha do PRD, aos ataques polêmicos ao então presidente Vicente Fox e a decisão do ex-candidato de não participar do debate nacional.

De acordo com o texto, classificado como confidencial, o então líder do PAN participou com dois colaboradores de uma reunião realizada com funcionários da embaixada dos Estados Unidos no México.

Em informações enviadas a Washington, diplomatas estadunidenses afirmam que “estavam muito satisfeitos com o impacto das propagandas do PAN que relacionavam López Obrador com a corrupção na Cidade do México durante sua gestão como prefeito”.

Assim mesmo, outra revelação indica que eventuais distúrbios pós-eleitorais preocuparam os panistas em 2006 pelo fato de que o atual presidente Felipe Calderón ofereceu aos Estados Unidos ser um sócio mais ativo, por meio de duas figuras chaves de sua então equipe de campanha.

A mensagem, que leva a assinatura do embaixador Anthony Garza, expõe a decepção de Calderón e de seu colaborador Germán Martínez com o desempenho do então presidente Vicente Fox e os desencontros do grupo eleitoral com Espino, de acordo com o jornal La Jornada.

Em relação a isso, um acordo fechado em maio de 2006 indica que somente 75% das iniciativas apresentadas por Fox foram aprovadas pelo Congresso, a maioria delas eram as de menor importância, fato que, segundo a irmã de Calderón, se transformaria quando ele chegasse à Presidência.

Luisa María Calderón, enfatiza o texto do jornal, assegurando a embaixada dos Estados Unidos que seu irmão teria um melhor desempenho com o Congresso, já que trabalharia com a oposição sem enfraquecer o Poder Executivo, tanto que Martínez acrescentou que era um político melhor que Fox.

Fonte: Prensa Latina