Combustíveis são o grande vilão do custo de vida na capital

Preço do álcool aumentou 10,20% em março, enquanto o da a gasolina subiu 3,28%

O aumento no preço dos combustíveis foi o vilão do custo de vida do paulistano em março. O álcool e a gasolina mais caros fizeram com o que o ICV (Índice de Custo de Vida) passasse de 0,41%, em fevereiro, para 0,91% no mês passado. O etanol, por exemplo, subiu 10,20%, enquanto a gasolina variou 3,28%.

É como se o preço do litro do álcool combustível na bomba que custava R$ 1,50 em fevereiro tivesse passado a valer R$ 1,65 no mês passado. No caso da gasolina, o aumento só ocorreu porque o derivado de petróleo é vendido nos postos brasileiros misturado com 25% de etanol.

Segundo o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), responsável pela pesquisa divulgada nesta quarta-feira (6), os dois produtos fizeram os transportes pesarem mais no bolso. Os transportes, os gastos com moradia e a comida representaram quase R$ 7 em cada R$ 10 do orçamento das famílias na cidade (ou 67,6% do total).

Os transportes, os gastos com moradia e a comida representaram quase R$ 7 em cada R$ 10 do orçamento das famílias na cidade (ou 67,6% do total). Entre fevereiro e março, os gastos do paulistano com sua locomoção diária variou 2,34%. Os custos com habitação aumentaram 1,10%. Os alimentos, que puxaram o aumento do custo de vida na maior parte do ano passado, aumentaram 0,80%.

Para o Dieese, os reajustes das tarifas de metrô, dos ônibus intermunicipais e dos trens também apareceram na conta no mês passado. Os preços dos bilhetes desses transportes coletivos aumentaram entre 2,7% e 4,5% no período.

Nos gastos com moradia, os maiores aumentos de preços foram em locação, impostos e condomínio e nos serviços domésticos – manter uma empregada para limpar a casa aumentou 4,17% no mês.

No caso dos alimentos, ficaram mais caros praticamente todos os alimentos que são vendidos in natura, isto é, sem processamento industrial. O destaque ficou com o preço dos peixes e frutos do mar, que subiram 30,61%. Como a época é de reprodução do camarão, o custo desses crustáceos subiu 76,6% nas bancas de peixes.

Também subiram os legumes (10,34%), graças aos aumentos do tomate, da vagem e do quiabo; as raízes e tubérculos (7,53%), devido à alta da cebola e da batata; os grãos (1,80%), por causa do feijão mais caro; e as frutas (1,30%), em decorrência dos ajustes de preços dos produtos de época, como o morando e o pêssego.

O ICV ainda considera gastos das famílias com equipamentos domésticos, recreação, despesas pessoais e vestuário, mas a pesquisa diz que não houve aumentos de preços consideráveis nesses grupos na passagem de fevereiro para março.

Da redação, com R7