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EUA expulsam embaixador equatoriano em retaliação

O governo dos Estados Unidos declarou, nesta quinta (07), como "persona non grata" o embaixador equatoriano, Luis Gallegos, em resposta à decisão do Equador de expulsar a embaixadora norte-americana, Heather Hodges. A reação aconteceu um dia após o jornal espanhol El Pais divulgar um despacho vazado pelo Wikileaks em que Heather cita uma suposta “corrupção generalizada” na polícia equatoriana e levanta dúvidas sobre o presidnete Rafael Correa.

Segundo informações concedidas à Agência Efe por fontes do Departamento de Estado norte-americano, o secretário de Estado adjunto para a América Latina, Arturo Valenzuela, comunicou ainda na quinta a decisão ao embaixador Gallegos, que deveria deixar o país imediatamente.

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O porta-voz do Departamento de Estado americano, Charles Luoma-Overstreet, qualificou a expulsão da embaixadora como “injustificada” e argumentou que o governo equatoriano “não deixou outra opção” aos EUA. "A ação injustificada do governo equatoriano de declarar a embaixadora ‘persona non grata’ não nos deixou outra opção a não ser esta ação de reciprocidade", justificou.

Apesar de dizer que os EUA querem um relacionamento positivo com o Equador, país membro da Opep (Organização dos Países Produtores de Petróleo), o Departamento de Estado americano afirmou que a expulsão de Heather seria levada em conta nas relações futuras entre os dois países.

O ministro de Relações Exteriores do Equador, Ricardo Patiño, chamou de “absolutamente explicável” a decisão americana. Ele disse que continua confiante de que os países possam manter um clima de cordialidade.

"Diplomaticamente é o que se costuma fazer quando um embaixador é declarado ‘persona non grata’, o país de onde ele é embaixador normalmente faz o mesmo. Todos sabíamos dessa possibilidade", falou, resslatando, contudo, os motivos que levaram o Equador a pedir a saída da norte-americana.

Patiño disse que as alegações nos documentos diplomáticos são "muito sérias". "Nós não agimos duramente, mas com orgulho e dignidade", afirmou. Ele explicou que, no telegrama, era mencionada a possibilidade de o presidnete Rafael Correa ter nomeado um ex-comandante de polícia, o general Jaime Hurtado Vaca, sabendo de seu comportamento supostamente corrupto, com o objetivo de manipulá-lo.

Frente a tais afirmações, Patiño chamou Hodges para pedir-lhe explicações, mas a diplomata respondeu apenas que os documentos divulgados haviam sido roubados e nem ela nem seu governo fariam comentários a respeito.

O chanceler equatoriano disse que a declação como persona non grata se dá para uma "funcionária que emitiu um despacho dessa natureza e depois não deu nenhum esclarecimento". Segundo ele, a decisão "de maneira nenhuma tem a intenção de afetar as relações com os Estados Unidos".

Com agências