"Apoio dos EUA a Posada Carriles insulta cubanos"
Cuba acusou os Estados Unidos de "apoiar" e "amparar" o cubano naturalizado venezuelano Luis Posada Carriles, ex-agente da CIA, ao considerá-lo inocente no processo que o acusa de mentir para autoridades de imigração. De acordo com a chancelaria da ilha, o julgamento não passou de uma "farsa".
Publicado 11/04/2011 12:29
"Esta é mais uma demonstração do apoio e amparo que historicamente as autoridades norte-americanas têm dado a ele", afirmou a chancelaria cubana em uma nota publicada no site Cubadeate, no sábado (09) . Segundo o texto, Carriles tem estado sempre sob a "tutela e proteção" dos EUA.
Para Cuba, a decisão é uma "vergonha e um insulto ao povo cubano", já que há provas evidentes de que Posada Carriles mentiu em processos migratórios, participou ativamente de ataques a hotéis em Havana em 1997 e maquinou a explosão de um avião comercial da companhia Cubana de Aviación, em 1976.
"Washington tem em mãos todas as provas dos crimes de Posada, muitas das quais foram apresentadas no julgamento, mesmo assim ele foi declarado inocente", diz o texto.
Posada Carriles, que fugiu de uma cadeia venezuelana em 1985, foi exigido pela justiça do país para prestar esclarecimentos sobre os 72 processos de homicídio qualificado em que é acusado.
Além disso, o ex-agente da CIA é acusado de planejar o assassinado do ex-presidente da ilha, Fidel Castro, como na Cúpula Iberoamericana do Panamá em 2000.
"A falta de vergonha que aconteceu em El Paso [no Texas, onde aconteceu o julgamento], é totalmente contraditória com a política antiterrorista que o governo dos EUA diz defender" aponta a nota.
Cuba afirma ainda que o mais paradoxal é que "enquanto se exonera Posada Carriles, cinco lutadores antiterroristas cubanos permanecem injustamente em prisões norte-americanas por buscarem informações sobre as ações dos terroristas de origem cubana que, como Posada Carriles, passeam livres e impunes pelas ruas de Miami".
A nota da chancelaria termina convocando o governo dos Estados Unidos a assumir "suas obrigações na luta contra o terrorismo, sem hipocrisias nem jogo duplo".