Venezuela reitera pedido de extradição de Posada Carriles
O terrorista e ex-agente da CIA, Luis Posada Carriles, afirmou na última quarta-feira (13), que continuará com o que chama de “luta” contra a fome na América Latina. Ele afirmou também que sua recente exoneração em um juízo migratório demonstra que o poder judicial é independente nos Estados Unidos, país que disse “amar tanto”.
Publicado 14/04/2011 10:05
Há mais de três décadas, acusado de cometer ataques terroristas mortais, Posada Carriles afirmou que “não está cansado”. A declaração foi feita pouco antes do chanceler, Nicolás Maduro, anunciar em Caracas, na capital da Venezuela, que entregará nesta quinta-feira (14) um novo pedido de extradição contra Posada Carriles, reiterando o pedido feito aos Estados Unidos, desde 2005.
Por meio de um comunicado oficial, o chanceler afirmou que o ex-agente da CIA havia sido protegido pelo governo do ex-presidente George Bush filho e também pelo governo seguinte de Barack Obama.
O pedido de extradição tem como objetivo processá-lo pela participação em um bombardeio em 1976 de uma aeronave cubana, que, segundo uma investigação realizada nesse país, havia sido planejado desde que estava na Venezuela.
Referindo-se ao pedido de extradição, seu advogado, Arturo Hernández, disse que um juiz de imigração determinou que Posada Carriles poderia ser torturado na Venezuela. Para esta decisão, o juiz levou em conta as declarações de Joaquín Chaffardet, companheiro de Posadas Carriles na Polícia Política Venezuelana e sócio principal na empresa de segurança que ambos mantinham no momento do ataque contra o avião cubano. Nem a promotoria nem o juiz puseram em dúvida a credibilidade dessa testemunha.
Durante décadas, Posada Carriles tentou desestabilizar governos esquerdistas na América Latina, às vezes com o apoio do governo dos Estados Unidos. Ele permaneceu quase dois anos em centros de detenção de imigração, mas foi colocado em liberdade em 2007 e, desde então, vive em Miami.
Posada tem sido acusado de participação em vários atentados em Cuba, em 1997. Um deles, matou um turista e feriu doze pessoas. Em 1998, admitiu em uma entrevista ao jornal The New York Times que havia planejado os ataques, mas depois se retratou.
Atualmente, Carrriles está sob liberdade vigiada por parte das autoridades de imigração. O terrorista participou também da invasão à praia de Girón, atuando como tenente, segundo o exército do Estados Unidos.
Posteriormente, Carriles se mudou para a Venezuela e atuou como diretor do serviço de inteligência do país, quando foi acusado de planejar um bombardeio a um avião cubano que matou 73 pessoas. Absolvido pelo tribunal militar, escapou da prisão enquanto encarava um julgamento. A causa por homicídio qualificado segue aberta na Venezuela.
Na década de 80, Carriles ajudou os Estados Unidos a canalizar apoio contra a Nicarágua e em 2000 foi detido no Panamá em meio a um complô para assassinar Fidel Castro durante um evento que ocorria no país. Posada assegurou aos Estados Unidos que o país segue tendo nele um soldado.
Fonte: Cuba Debate