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Presidente da Costa do Marfim é preso em invasão a palácio

Após meses de indefinição política, a crise que se instaurou na Costa do Marfim no final de novembro parece ter chegado a um desfecho com a prisão, nesta segunda-feira (11), do então presidente Laurent Gbagbo, que contestava o resultado das últimas eleição e insistia em se manter no poder, informaram a agência de notícias Reuters e os jornais Le Figaro e The Guardian.

Gbagbo teria perdido as controversas eleições para Alassane Ouattara, reconhecido como presidente de direito da Costa do Marfim pela Organização das Nações Unidas, mas não aceitava deixar o cargo. Após meses de impasse, forças leais a Ouattara se deslocaram do norte do país em direção ao sul para tentar retirar Gbagbo do poder.

O Figaro informou que Gbagbo foi preso por forças especiais francesas e entregue aos chefes da rebelião liderada por Ouattara, de acordo com o representante de Gbagbo na Europa, Toussaint Alain. Um porta-voz de Gbagbo disse, por sua vez, que ele se rendeu depois que a residência foi cercada por tanques franceses, antigos colonizadores.

Uma testemunha ouvida pelo jornal francês relatou que havia a presença de homens a serviço de Ouattara na residência de Gbagbo na maior cidade do país, Abidjã. Eles teriam participado da investida contra o atual presidente, atacando inclusive posições ao redor da televisão estatal e da residência do líder.

A França, contudo, nega que tenha coordenado ataques com as forças do presidente eleito. De acordo com a AFP, o embaixador francês na Costa do Marfim, Jean-Marc Simon, disse que o líder foi detido por aliados de Ouattara. Gbagbo e sua mulher teriam sido levados para a sede do governo de seu rival.

O porta-voz oficial da Organização das Nações Unidas, Farhan Haq, confirmou a prisão do presidente, quer ocorreu após  ataques aéreos e de artilharia lançados contra a residência presidencial.

Pela manhã, helicópteros franceses da força Licorne voltaram a atingir a residência, que conta com um bunker no qual se supunha que Gbagbo, sua mulher e membros de sua família estivessem.

A operação que terminou na prisão de Gbagbo começou neste domingo (10) à tarde com operações para neutralizar o arsenal de defesa do líder. O Figaro relata que houve ruído de disparos durante toda a noite, que deu lugar a uma manhã relativamente calma na casa, mas com combates em outros locais da cidade.

Outros alvos da atual ofensiva são o palácio presidencial, a sede da rádio e TV estatais, e instalações militares.

Com agências