A Costa do Marfim suspendeu, a partir desta segunda-feira (11), todas as ligações da sua companhia aérea nacional, Air Côte d'Ivoire, com os países afetados pelo ebola. Segundo fontes internacionais, o governo proibiu também a entrada de pessoas oriundas desses países ao território da Costa do Marfim. Até agora, nenhum caso de ebola foi registrado em solo marfinense, país vizinho da Libéria e da Guiné, onde um surto de ebola matou cerca de mil pessoas desde fevereiro.
Em um gesto de ruptura com o Clube de Paris, associação de 19 países em favor do auxílio financeiro para nações em dificuldades econômicas, a França perdoou na última terça-feira (24) uma dívida de 4,67 bilhões de dólares da Costa do Marfim.
Depois de perseguições a jornalistas, com a destruição, ocupação e vigilância das sedes de jornais da oposição, o novo poder marfinense resolveu fechá-los. Eugène Dié Kacou, presidente do CNP (órgão regulador da imprensa escrita em Costa de Marfim), suspendeu três publicações e garante que continuará com as punições se houver matérias de confronto com o atual presidente.
Centenas de partidários do ex-presidente marfinense Laurent Gbagbo foram às ruas de Abidjã nesta segunda-feira (5) para exigir a libertação do ex-presidente, deposto do poder e aprisionado depois de onda de violência no período seguinte às eleições que custou a morte a três mil pessoas.
Depois da Líbia, a França intervém na Costa do Marfim. Poderíamos dizer que antes da Líbia, a França tinha intervindo na Costa do Marfim, pois foram tantas e crônicas a ingerência e a intervenção militar nesse país desde a sua independência. Em 2004, as tropas francesas tinham aberto fogo sobre a multidão em Abidjan, fazendo 90 mortos et 2 mil feridos
Por Djamel Labid, em Le Quotidien d´Oran
As fotografias, divulgadas pela imprensa internacional, são assustadoras. Sob a proteção das armas e soldados franceses, a horda de partidários do novo presidente da Costa do Marfim, Alassane Quattaro, cometeu atrocidades inenarráveis, no assalto final à residência do chefe de Estado vencido, Laurent Gbagbo.
Por Mauro Santayana, em seu blog
Sylvain Poosson é professor de literatura hispano-americana e diretor de Estudos Internacionais da Universidade de Hampton, nos EUA. Nasceu na Costa do Marfim, onde estudou, exerceu o jornalismo e participou da chegada da democracia, no princípio da década de 1990. Ainda que esteja longe, sabe analisar e conhece com detalhes a realidade de seu país, que nos últimos anos lhe tirou seu sono.
Por Ailín Bullentini, no Página 12
Seguindo as ordens do presidente Nicolás Sarkozy, os soldados franceses estacionados na Costa do Marfim tiveram um papel decisivo na detenção de Laurent Gbagbo, o presidente agora deposto. A denúncia foi feita pelo representante do governo da Costa do Marfim na França.
Não sou eu que estou dizendo: é o The Independent, o El País, o New York Times, o Time, a Foreign Affairs, o The Guardian. A queda de Laurent Gbagbo em Abidjan é uma vitória militar da França, apoiada pelas forças da ONU, e secundada pelas forças que apoiavam Alassane Ouattara, o candidato declarado vencedor pela França, pelas potências ocidentais, pela ONU e os vários países da região – nessa ordem hierárquica.
Por Flávio Aguiar, no Blog do Velho Mundo
A prisão do presidente da Costa do Marfim, Laurent Gbagbo, com apoio de tropas francesas e das Nações Unidas, pode ter significado uma vitória parcial para as forças aliadas a Allasanne Ouatara, mas está longe de representar o fim da crise no país. Ouattara, reconhecido pela ONU como presidente eleito do país, assume um país dividido, assolado pela guerra civil. Os confrontos continuam em várias áreas.
Após meses de indefinição política, a crise que se instaurou na Costa do Marfim no final de novembro parece ter chegado a um desfecho com a prisão, nesta segunda-feira (11), do então presidente Laurent Gbagbo, que contestava o resultado das últimas eleição e insistia em se manter no poder, informaram a agência de notícias Reuters e os jornais Le Figaro e The Guardian.
As forças de oposição ao presidente da Costa do Marfim, Laurent Gbagbo, atacaram a residência presidencial, localizada na cidade de Abidjan, esta manhã (6). Gbagbo e sua família estão em um bunker (abrigo forçado) na residência presidencial, cercada por tropas leais à oposição.