Luciano: “Os 89 anos do PCdoB é um feito extraordinário”
Com um discurso veemente e emocionado, o deputado Luciano Siqueira saudou da tribuna da Câmara Municipal do Recife os 89 anos do PCdoB, comemorados no Recife com uma sessão solene na Casa de José Mariano, na quinta-feira (31). Ao iniciar seu pronunciamento o parlamentar destacou sua dupla emoção: a de retornar à Casa Legislativa onde atuou como vereador entre 2009 e 2010 e a de, como militante, participar da comemoração dos quase 90 anos de existência da legenda
Publicado 12/04/2011 10:49 | Editado 04/03/2020 16:57
“A persistência dessa corrente de pensamento do Partido Comunista desde 1922, tendo vivido quase dois terços de sua existência constrangido à clandestinidade, à repressão, à perseguição, ao preconceito, não é um feito comum, é algo extraordinário e certamente esse fato se apoia em razões muito objetivas”, lembrou.
Leia abaixa a íntegra do discurso.
“Companheiros e amigos e todos que aqui se encontram, nesse instante eu sou tomado de uma dupla emoção e satisfação. Uma de retornar a essa Casa em que estive por pouco mais de um ano e meio representando o nosso partido e podendo aqui, em conjunto com os demais representantes do povo, dar uma cota de cooperação na luta por um Recife mais humano.
A outra emoção é a do militante que aprendeu ao longo da vida que o nosso partido, o glorioso Partido Comunista do Brasil, tem sido não só uma trincheira permanente de luta pelo socialismo, pela liberdade, pelo direito do povo e para todos os que ele acolhe em suas fileiras uma grande escola de solidariedade humana, de consciência socialista, de consciência cidadã e de patriotismo.
Portanto, ao celebrar os 89 anos de existência ininterrupta do nosso partido, ao mesmo tempo em que assinalamos que esse é um feito extraordinário em um País cuja história institucional sempre foi marcada pela existência de partidos efêmeros, conjunturais, de curta duração, pouco programáticos, a persistência dessa corrente de pensamento do Partido Comunista desde 1922, tendo vivido quase dois terços de sua existência constrangido à clandestinidade, à repressão, à perseguição, ao preconceito, não é um feito comum, é algo extraordinário e certamente esse fato se apoia em razões muito objetivas.
A primeira delas é a demonstração de que é necessário sim aos trabalhadores, ao proletariado, aos que vivem do seu trabalho, serem representados por uma corrente de pensamento apoiada na teoria científica marxista-leninista. Se assim não fosse este partido já teria soçobrado nos diversos momentos difíceis que teve de enfrentar. Depois, nós entendemos sem nenhuma presunção, nós compreendemos que a persistência do nosso partido por quase nove décadas, que completaremos ano que vem, tem tudo a ver também com a teoria científica na qual nos inspiramos e no esforço permanente, mesmo nas condições mais difíceis, de estarmos sempre vinculados às massas trabalhadoras e ao nosso povo.
Essa vinculação com a população, com o povo, trabalhadores, juventude e as mulheres, sobretudo com aqueles que vivem do seu trabalho, e a reflexão permanente sobre o desenvolvimento da sociedade brasileira, além da teoria científica marxista, é que nos permite nos constituirmos como uma corrente de pensamento que tem prevalecido ao longo do tempo, e hoje mais do que nuca, mais do que antes, mais do que em outras épocas tem a demonstrado a sua necessidade, a necessidade de sua existência como partícipe ativo da vida política do País, em todas as suas dimensões, respeitado por todos, pelos aliados e adversários.
Por essa razão cada um de nós que abraça essas ideias, esse compromisso e essa legenda, cada um de nós que nos orgulhamos do fato de que mesmo em meio à crise, a crise severa por que passou e ainda passa a teoria marxista e a ideia do socialismo, jamais o Partido Comunista abriu mão de sua cor, dos seus símbolos, do seu princípio e da sua bandeira.
Por isso, nós celebramos, sim, militantes e amigos, esse momento, esse instante, essa data com muito orgulho, com muita emoção e muita satisfação e, sobretudo, também com a saudade daqueles que se foram, muito deles que derramaram o seu sangue generoso na luta pelo socialismo e pela liberdade, muitos daqueles que conviveram conosco ombro a ombro enfrentando as dificuldades e resistiram com a bandeira vermelha levantada na masmorra da ditadura militar e pagaram com seu sangue e sua vida o cumprimento do dever de defender o nosso partido e o nosso povo naquelas condições.
Aqui lembrando sim de um pernambucano que contribuiu para a fundação do partido, o Cristiano Cordeiro e nós lembramos também de muitos outros comunistas que passaram pelas nossas fileiras e muitos que dedicaram toda sua vida a essa militância gloriosa do Partido Comunista do Brasil. Um grande abraço a todos, abraço afetuoso e sobretudo um abraço de confiança renovada em nossas ideias, em nossa causa e em nosso partido”.
Da Redação do sitede Siqueira