Luciano: “Os 89 anos do PCdoB é um feito extraordinário”

Com um discurso veemente e emocionado, o deputado Luciano Siqueira saudou da tribuna da Câmara Municipal do Recife os 89 anos do PCdoB, comemorados no Recife com uma sessão solene na Casa de José Mariano, na quinta-feira (31). Ao iniciar seu pronunciamento o parlamentar destacou sua dupla emoção: a de retornar à Casa Legislativa onde atuou como vereador entre 2009 e 2010 e a de, como militante, participar da comemoração dos quase 90 anos de existência da legenda.

“A persistência dessa corrente de pensamento do Partido Comunista desde 1922, tendo vivido quase dois terços de sua existência constrangido à clandestinidade, à repressão, à perseguição, ao preconceito, não é um feito comum, é algo extraordinário e certamente esse fato se apoia em razões muito objetivas”, lembrou.

Leia abaixa a íntegra do discurso.

“Companheiros e amigos e todos que aqui se encontram, nesse instante eu sou tomado de uma dupla emoção e satisfação. Uma de retornar a essa Casa em que estive por pouco mais de um ano e meio representando o nosso partido e podendo aqui, em conjunto com os demais representantes do povo, dar uma cota de cooperação na luta por um Recife mais humano.

A outra emoção é a do militante que aprendeu ao longo da vida que o nosso partido, o glorioso Partido Comunista do Brasil, tem sido não só uma trincheira permanente de luta pelo socialismo, pela liberdade, pelo direito do povo e para todos os que ele acolhe em suas fileiras uma grande escola de solidariedade humana, de consciência socialista, de consciência cidadã e de patriotismo.

Portanto, ao celebrar os 89 anos de existência ininterrupta do nosso partido, ao mesmo tempo em que assinalamos que esse é um feito extraordinário em um País cuja história institucional sempre foi marcada pela existência de partidos efêmeros, conjunturais, de curta duração, pouco programáticos, a persistência dessa corrente de pensamento do Partido Comunista desde 1922, tendo vivido quase dois terços de sua existência constrangido à clandestinidade, à repressão, à perseguição, ao preconceito, não é um feito comum, é algo extraordinário e certamente esse fato se apoia em razões muito objetivas.

A primeira delas é a demonstração de que é necessário sim aos trabalhadores, ao proletariado, aos que vivem do seu trabalho, serem representados por uma corrente de pensamento apoiada na teoria científica marxista-leninista. Se assim não fosse este partido já teria soçobrado nos diversos momentos difíceis que teve de enfrentar. Depois, nós entendemos sem nenhuma presunção, nós compreendemos que a persistência do nosso partido por quase nove décadas, que completaremos ano que vem, tem tudo a ver também com a teoria científica na qual nos inspiramos e no esforço permanente, mesmo nas condições mais difíceis, de estarmos sempre vinculados às massas trabalhadoras e ao nosso povo.

Essa vinculação com a população, com o povo, trabalhadores, juventude e as mulheres, sobretudo com aqueles que vivem do seu trabalho, e a reflexão permanente sobre o desenvolvimento da sociedade brasileira, além da teoria científica marxista, é que nos permite nos constituirmos como uma corrente de pensamento que tem prevalecido ao longo do tempo, e hoje mais do que nuca, mais do que antes, mais do que em outras épocas tem a demonstrado a sua necessidade, a necessidade de sua existência como partícipe ativo da vida política do País, em todas as suas dimensões, respeitado por todos, pelos aliados e adversários.

Por essa razão cada um de nós que abraça essas ideias, esse compromisso e essa legenda, cada um de nós que nos orgulhamos do fato de que mesmo em meio à crise, a crise severa por que passou e ainda passa a teoria marxista e a ideia do socialismo, jamais o Partido Comunista abriu mão de sua cor, dos seus símbolos, do seu princípio e da sua bandeira.

Por isso, nós celebramos, sim, militantes e amigos, esse momento, esse instante, essa data com muito orgulho, com muita emoção e muita satisfação e, sobretudo, também com a saudade daqueles que se foram, muito deles que derramaram o seu sangue generoso na luta pelo socialismo e pela liberdade, muitos daqueles que conviveram conosco ombro a ombro enfrentando as dificuldades e resistiram com a bandeira vermelha levantada na masmorra da ditadura militar e pagaram com seu sangue e sua vida o cumprimento do dever de defender o nosso partido e o nosso povo naquelas condições.

Aqui lembrando sim de um pernambucano que contribuiu para a fundação do partido, o Cristiano Cordeiro e nós lembramos também de muitos outros comunistas que passaram pelas nossas fileiras e muitos que dedicaram toda sua vida a essa militância gloriosa do Partido Comunista do Brasil. Um grande abraço a todos, abraço afetuoso e sobretudo um abraço de confiança renovada em nossas ideias, em nossa causa e em nosso partido”.

Da Redação do site de Siqueira