A derrota mercenária em Cuba: Praia Girón
O aniversário de 50 anos da vitória de Praia Girón tem singular relevância para o povo cubano e é recordado pela derrota em 1961 da invasão de tropas mercenárias treinadas pela Agência Central de Inteligência dos EUA (CIA).
Publicado 13/04/2011 16:53
Aquele plano de incursão armada foi aprovado pelo presidente dos Estados Unidos Dwight D. Eisenhower, que no dia 17 de março de 1960 ordenou iniciar o recrutamento dos mercenários de origem cubana, encarregados do desembarque pela província de Matanzas, situada a oeste.
Mercenários
Segundo documentos históricos, a cada um deles foram oferecidos 225 dólares mensais, mais 50 adicionais pelo primeiro filho e 25 pelos restantes. Ao todo destinaram-se inicialmente 4,4 milhões de dólares, cifra que depois se multiplicou.
A CIA estabeleceu 13 acampamentos de treinamento disseminados por Guatemala, Nicarágua e Estados Unidos e bases militares norte-americanas em Porto Rico e na região do canal do Panamá.
Dias após as eleições nos Estados Unidos, em 18 de novembro de 1960, a CIA expôs ao presidente eleito John F. Kennedy os pormenores do plano e este aprovou a ideia.
Caráter socialista da revolução
Em 15 de abril de 1961, enquanto o agrupamento naval mercenário navegava rumo a Cuba escoltado por navios norte-americanos da Marinha de Guerra, oito bombardeiros B-26 pintados com símbolos da Força Aérea Cubana bombardearam duas bases da aviação e um aeroporto civil.
Depois, no enterro das vítimas do ataque, foi proclamado o caráter socialista da Revolução e decretou-se o estado de alarme de combate para o país. Nesta data celebra-se a cada ano o Dia do Miliciano.
Ao mesmo tempo que se intensificava o apoio aos grupos mercenários encravados na Flórida e encarregados das ações terroristas contra Cuba, se desatou uma campanha midiática cujo objetivo era assegurar a futura agressão direta.
Plano desestabilizador
Foram satanizadas as medidas revolucionárias adotadas em benefício popular, como a reforma agrária que entregou a terra aos que a trabalhavam, ou a reforma urbana, liquidadora dos proprietários de casas que exploravam a necessidade popular de moradias.
Imprensa e políticos de numerosos países, unidos ao plano desestabilizador, vincularam a abertura de Cuba às relações com todos os estados a um suposto ataque da União Soviética ao mais importante bastião capitalista e a seus aliados na América Latina.
Manipulação mediática
Os Estados Unidos colocaram todo seu poderio de propaganda para convencer o mundo, mediante falsas notícias, da existência de uma rebelião interna do povo cubano e do respaldo a um "governo no exílio" constituído por políticos tradicionais e corruptos.
O desembarque em Cuba da denominada Brigada 2506 começou no dia 17 de abril e a mesma reunia características similares às unidades de assalto anfíbio das forças armadas dos Estados Unidos. Tinha cerca de 1.500 homens armados, tanques e artilharia de campanha.
Vitória da revolução
As forças cubanas estavam integradas por combatentes do Exército Rebelde e da Polícia Nacional Revolucionária, mas o grosso eram milicianos voluntários com escassa ou nenhuma experiência combativa.
Dirigidas pessoalmente pelo líder da Revolução, Fidel Castro, as tropas cubanas não deram trégua ao inimigo e às 17:30 hora local do dia 19 de abril, a invasão estava liquidada. Foi uma vitória histórica dos revolucionários contra o imperialismo.
Fonte: Erica Soares, para Prensa Latina