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Descontentes com Alckmin, 7 vereadores ameaçam deixar PSDB em SP

Em pé de guerra com o ala alckmista do partido, sete dos 13 vereadores do PSDB de São Paulo ameaçam anunciar, nesta segunda-feira (18), seu desligamento rumo ao PSD, do prefeito Gilberto Kassab. O grupo — que brigava pelo controle do PSDB de São Paulo — deve anunciar sua saída em bloco após assistir ao vídeo de uma reunião do diretório do partido.

Na gravação, os aliados teriam feito ataques ao grupo quando discutiam a disputa de cargos no diretório do partido. O constrangimento poderia justificar a saída sem risco de perda de mandato.

O grupo está em choque com aliados de Geraldo Alckmin desde a eleição municipal de 2008, quando apoiou a candidatura de Kassab. Entre os descontentes está o presidente da Câmara Municipal, José Police Neto, o Netinho. Antes de anunciar a decisão, prometida para as 15 horas, a bancada pretende fazer uma última reunião.

Juscelino Gadelha e Ricardo Teixeira são dois dos vereadores que devem migrar para o PSD. "Comunicamos ao Serra que não há mais condições de diálogo. A atual direção do partido está tirando todo o espaço dos vereadores", diz Teixeira. "Não aguentamos mais essa atitude de desprezo e ódio", diz Gilberto Natalini, outro descontente.

Avisado da decisão, o líder do PSDB na Câmara, Floriano Pesaro, tenta reverter o cenário. "Falei com todos eles. Mas está difícil. Pelo menos seis vereadores avisaram que vão sair", reconheceu.

Para evitar a maior debandada da história do PSDB-SP, a nova direção municipal do partido pode oferecer à bancada três cargos na Executiva: secretaria-geral, segunda vice-presidência e tesouraria-adjunta. De início refratário a ceder tanto a uma tropa eminentemente kassabista, o governador avalizou a proposta, que contempla ponto de vista de José Serra.

A correria de Serra na tentativa de apagar o incêndio se justifica: a cada sinal de deterioração do quadro, cresce a pressão por sua candidatura a prefeito para "unificar o partido". Ele tem dito reiteradamente que não topa.

Em privado, nenhum político é mais pessimista sobre as perspectivas de Serra do que Kassab. A despeito das declarações públicas de fidelidade, o prefeito diz, em conversas reservadas, que não vê como seu padrinho se reerguer da derrota de 2010.

DEM

A crise da oposição, potencializada com a criação do PSD, atinge também — e sobretudo — o DEM. A cúpula do partido está promovendo a ofensiva final para tentar salvar a legenda do que ela chama de "ação predatória" da legenda de Kassab, com o apoio do Palácio do Planalto.

Como a avaliação é de que a sobrevivência passa por Santa Catarina, o partido está fazendo uma operação de emergência para evitar que uma debandada de catarinenses tire do DEM o governador do Raimundo Colombo. A cúpula avalia que o DEM não resistirá se ficar só com o governo do Rio Grande do Norte.

O líder do DEM na Câmara, ACM Neto (BA), pediu socorro a Alckmin, na quinta-feira, ao mesmo tempo em que o presidente nacional do partido, senador José Agripino (RN), embarcava para Florianópolis para "segurar" Colombo. A despeito do esforço, a fusão com o PSDB voltou à pauta das conversas de dirigentes do DEM com governadores e líderes tucanos.

Da Redação, com agências