Sem categoria

Brasil poderá ser 'sócio' comercial do Peru, diz Humala

Ollanta Humala, candidato à presidência do Peru no segundo turno das eleições, afirmou nesta segunda-feira (18) que vê o Brasil como o futuro "grande sócio" comercial de seu país caso seja eleito. Segundo ele, o Peru precisa aproveitar o fato de "ter como vizinho uma potência mundial".

"Nós precisamos estar preparados para nos integrarmos com o Brasil e isso significa desenvolver o Peru, porque se isso não ocorrer, (os brasileiros) não encontrarão em nosso território condições para sermos sócios", afirmou Humala, que enfrentará Keiko Fujimori no segundo turno em 5 de junho.

"Queremos ser sócios do Brasil, queremos uma relação de iguais com os grandes capitalistas que virão para nosso território nacional, para que esses capitalistas ajudem no desenvolvimento da indústria peruana", disse Humala. A postura mais alinhada à esquerda do candidato – que pede mudanças no modelo econômico neoliberal – tem sido usada pela oposição, que tenta afastá-lo do empresariado peruano e setores conservadores.

O candidato nacionalista disse que o Peru "não pode continuar a depender exclusivamente da renda da mineração e dos altos preços" dos metais e que é preciso desenvolver a agricultura, agroindústria, agro exportação, pecuária e turismo. Nesta segunda, Humala apresentou 44 assessores, entre eles conselheiros do ex-presidente Alejandro Toledo, para reforçar seu plano de governo. Segundo eles, é necessário que os impostos subam para o setor da mineração.

Keiko "jura por deus"

Nesta terça (19), a adversária de Humala , Keiko Fujimori, de 35 anos, "jurou por Deus" que, se eleita, não irá conceder o perdão ou aliviar a pena do pai, Alberto Fujimori. Ele cumpre pena de 25 anos de prisão por uma série de denúncias relacionadas à violação de direitos humanos.

Internamente, a plataforma política de Keiko é constantemente comparada à do pai dela, com semelhanças em áreas como o combate às "ações terroristas" e a ajuda aos agricultores. "Eu tenho repetido várias vezes que não é minha intenção nem da família conceder o perdão a Alberto Fujimori, como já disse em várias ocasiões”, afirmou Keiko.

Ao ser perguntada sobre os crimes atribuídos ao pai, como violação de direitos humanos, corrupção e desvio de verbas públicas, Keiko costuma repetir que é favorável que ele pague pelos erros que cometeu. "Eu condeno os erros que ocorreram no governo do meu pai e saúdo os atos positivos, penso que deveríamos olhar para o passado objetivamente, mas sem rancor", disse.

No ano passado, o ex-presidente Fujimori (1990 a 2000) foi condenado a 25 anos de prisão por ter planejado a morte de 25 pessoas em dois massacres ocorridos durante ações de combate ao grupo guerrilheiro Sendero Luminoso.

Com agências