Médicos com salários atrasados dão início a greve

O Governo do Estado acumulou uma dívida de pelo menos R$ 1 milhão e 390 mil com centenas de médicos e servidores da saúde que foram nomeados em novembro do ano passado pela Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap). É por esse motivo – que representa seis meses de salários atrasados – que 108 médicos desse grupo entraram em greve ontem por tempo indeterminado.Os profissionais que não são da área médica e que estão na mesma situação somam mais 300 pessoas, que ainda não aderiram à paralisação.

A dívida da Sesap deve ser ainda maior que o valor anunciado, já que o número não leva em conta o adicional que os servidores recebem por produtividade. Segundo o presidente do Sindicato dos Médicos (Sinmed), Geraldo Ferreira, a proposta do secretário de Saúde, Domício Arruda, foi a de quitar o débido pagando dois salários por mês, ao longo de cinco meses. Ou seja, o pagamento de abril seria pago juntamente com o atrasado de novembro e assim sucessivamente.

Entraves

O Sinmed alerta ainda para os entraves burocráticos relativos à contratação dos servidores. "Tem gente que está trabalhando e não tem matrícula. Como eles vão receber pelo que trabalharam?", questiona o sindicalista.

A greve reduziu o número de médicos nas escalas dos hospitais, mas ainda não foi sentida pela população. Na manhã dessa segunda-feira, o movimento era tranquilo na recepção do Pronto Socorro Clóvis Sarinho. Dos três ortopedistas de plantão, apenas um paralisou as atividades. "Aqui está tudo normal. Nem sabia que tinha médico em greve", disse Sílvia Souza, que aguardava atendimento no pronto-socorro do Hospital Walfredo Gurgel.
 

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