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O fortalecimento partidário e a construção de uma base material

Sob o título Um partido comunista forte no município necessita de uma base material adequada, o secretário Nacional de Planejamento do PCdoB, Ronald Freitas, discorreu sobre a importância da construção de uma base material, para dar suporte à atividade político-partidária. A intervenção aconteceu durante o 7º Encontro Nacional sobre Questões de Partido, realizado entre os dias 15 e 17 de abril em São Paulo. Leia abaixo a íntegra do texto:

Saúdo a realização desse encontro com um misto de alegria, realização e confiança. Alegria na medida em que é gratificante encontrar com a coluna vertebral de nosso partido que são os dirigentes municipais. Realização, pois vejo em reuniões como essas a materialização de anos de trabalho político do coletivo partidário, que ao longo das ultimas décadas preparou as condições políticas, organizativas e materiais que permitem eventos como esse. Confiança de que a bandeira até aqui carregada, continuará erguida e conduzida de forma correta, entusiástica, corajosa e determinada por novos e novos contingentes de homens e mulheres que dedicam a sua vida a construção de uma sociedade brasileira: soberana, desenvolvida, democrática, socialmente justa. Pois esse é o caminho, nas condições atuais, para atingirmos nosso objetivo maior, um Brasil Socialista e um mundo justo e pacifico.

A construção partidária em todos os terrenos tem como local de sua realização o Município. A organização político social do estado brasileiro tem no município, a sua unidade básica, e essa é uma realidade que remonta desde os tempos coloniais, quando o colonizador português, tinha nos municípios a base de realização de sua empresa colonial. Em qualquer setor de atividade que atuemos sempre nos referenciaremos em um município. Se falarmos do trabalho operário, a fábrica fica em um município, idem no trabalho estudantil, camponês etc… . Isso nos leva a conclusão, acho que obvia, de que o nosso partido será: grande, forte, influente etc, na medida em que esteja profundamente enraizado nos municípios, eles são, repito, a base onde se realiza a política concreta em curso no Brasil atualmente.

A construção hoje, de um Partido Comunista do Brasil, que jogue papel significativo na sociedade brasileira é uma tarefa de muitas faces, que a titulo de exemplo cito algumas: a elaboração de uma linha política de acordo com o momento em que se vive; uma linha organizativa atualizada que permita a execução dessa política; um sistema de comunicação que leve sua mensagem a toda a sociedade; um sistema de formação de militantes e quadros que os capacitem a desempenhar bem as suas tarefas. E todas essas tarefas e as inúmeras não citadas têm um denominador comum, a sua efetivação exigem gastos financeiros, dinheiro, sem o que as mais justas orientações políticas, as mais brilhantes formas de organizar e divulgar a atividade, não passa de quimeras, sonhos, vontade… idealismo.

Partindo desse conceito, é que embora possa parecer que em um encontro dessa natureza, não existe espaço para tratar de assunto tão árido como a construção de uma base material, para dar suporte a atividade político-partidária, levantamos aqui essa questão, pois a consideramos da maior importância para a ação de nosso Partido. Paulatinamente a questão de finanças, vem ganhando status político em nossas fileiras, e cada vez mais assume, objetivamente, destaque em nossa atuação. No Brasil de hoje, fazer política custa caro, muito caro. Muitos de vocês já disputaram eleições, e imagino como sentiram na própria carne o quanto fez falta uma “condição financeira melhor” para poderem desenvolver o trabalho de conquistar o voto do eleitor. Mas não é só eleições que exigem recursos financeiros adequados: e as viagens para reuniões, congresso, marchas, etc; e a verba para imprimir um jornal, um panfleto, pagar a classe e a princípios, etc e poderia continuar citando varias frentes de luta. Pois bem, é imperioso que a busca de construir uma base financeira para dar suporte a nossa atividade política seja encarada em cada município como uma importante atividade política.

Consoante com as diretivas que saem desse encontro, considero que cada municipal deve incluir como um item essencial de sua programação a busca de meios materiais para exercer sua atividade, orientando-se nessa atividade por critérios da mais absoluta correção, objetivos partidários, profissionalismo, respeito ao patrimônio público e privado. E simultaneamente, sem idealismos de que é possível tocar nossa luta sem uma base material adequada.

Ronald Freitas

Secretaria Nacional de Planejamento.