Osmar Júnior sela compromisso e diz que quer ouvir trabalhadores

“Queremos conhecer de perto a opinião dos trabalhadores”. Essa é a opinião do deputado federal, Osmar Junior (PCdoB-PI), que, em visita à sede da CTB, falou sobre o objetivo de conhecer de perto a luta dos trabalhadores através das centrais sindicais e ouvir o que ele tem a dizer.

Osmar Júnior (PCdoB-pI)
Em entrevista concedida ao Portal CTB, o deputado comenta a intenção de estreitar permanentemente os laços com o movimento sindical e a realização de um Seminário que debaterá a perda da produtividade da indústria brasileira.

Confira abaixo a entrevista na integra:

Qual o objetivo da visita à sede da CTB?

O objetivo é manter um diálogo permanente com as centrais sindicais.  Nesse momento a bancada quer conhecer o funcionamento  dos trabalhadores através das centrais e o enfrentamento  das questões que estão colocadas para o desenvolvimento do país.  No momento, por exemplo, está em debate a questão da inflação, de como enfrentar esse desafio. Existem diversas opiniões. Nós queremos conhecer a opinião dos trabalhadores e das centrais. E queremos fazer isso permanentemente. Não só nos momentos de decisões. O outro motivo é convidar a CTB para participar do Seminário pretendemos realizar em setembro.

Qual será o mote do Seminário?

Fazer uma análise acerca da perda de produtividade da indústria nacional. O Brasil cresceu, enfrentou problemas importantes, a economia também cresceu. O país entrou num processo de distribuição de renda e de investimento em infraestrutura, criou e ampliou as relações internacionais. No entanto, tem perdido espaço no mercado mundial com produtos já acabados, industrializados. Isso é grave e pode comprometer a médio e longo prazo a economia brasileira. Com a produtividade baixa se torna incapaz de fomentar o desenvolvimento do país.

O Seminário vai contar com parcerias?

Vamos contar com a participação da Confederação Nacional da Indústria (CNI), dos Ministérios da Indústria e Comércio Exterior, das Relações Exteriores e também queremos que a CTB, assim como as demais centrais participem de forma efetiva desse processo. Desde a elaboração do conteúdo até do próprio debate.

Como a CTB pode contribuir?

Ela pode contribuir levando a visão do mundo do trabalho sobre a situação da indústria hoje e da sua capacidade de competir no mercado externo. Ouvindo os dirigentes nós conseguimos sentir a grande contribuição que eles podem dar. De como as relação de trabalho tem a ver com a capacidade de competir. Está tudo diretamente ligado.

Quais são os desafios a partir de agora, após a eleição da presidenta Dilma, que representou uma vitória para a classe trabalhadora?

É o Brasil continuar no caminho do desenvolvimento. O país rompeu com um estado de 20 anos de absoluta estagnação da vida econômica. As chamadas décadas perdidas, entre os anos 80 e 90. O governo do presidente Lula conseguiu tirar o Brasil daquela situação, colocá-lo no caminho do desenvolvimento mexendo com a renda, com o mercado interno, voltando a investir em infraestrutura, melhorando alguns serviços, sobretudo a educação, com a retomada de investimentos no ensino superior. Nós, agora, precisamos dar passos à frente. Tudo que o presidente Lula fez ainda foi submetido a um consenso econômico que coloca o mercado financeiro como senhor na condução política econômica. Então, hoje, nos questionamos: apesar das políticas positivas, quem dá palavra final no mercado financeiro? Nós achamos que esse é um problema que precisa ser enfrentado. O mundo já amargou uma crise terrível, com consequências danosas para todos especialmente para os trabalhadores porque o mercado financeiro dá as cartas e falhou, levando o mundo à crise. Precisamos construir um novo consenso no Brasil, onde a produção e dentro dela a valorização do trabalho, sejam os elementos básicos a estabeleceram o pacto nacional. Isso é uma grande tarefa e acho que precisará de muita força do povo brasileiro, dos trabalhadores para que possamos alcançar esse pacto.

Por falar em prejuízos… O governo anunciou um corte significativo no orçamento. Quem serão os principais prejudicados?

Quem sofre é o povo, os trabalhadores. O ponto principal é a seguridade social. Nós temos que garantir o financiamento da seguridade social como elemento essencial para a qualidade de vida para o povo brasileiro. Os cortes foram feitos dentro de uma realidade de  redução de investimentos em serviço públicos e isso não é bom, nem para o país, nem para a população.

Fonte: Portal CTB