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Filiação de Colombo ao partido de Kassab sepulta o DEM em SC

Com a decisão de deixar o Democratas para assumir a fundação do PSD em Santa Catarina, o governador Raimundo Colombo precipitou a falência do partido no estado em que colheu os melhores frutos eleitorais na disputa do ano passado. Depois de emitir uma nota que anunciava a decisão, na noite de domingo, Colombo vê com poucas esperanças a sobrevivência do partido no longo prazo.

"O DEM não tem um projeto nacional, não tem um candidato à Presidência da República, depende da ação de um outro partido. Isso fragiliza. Com uma crise interna desta proporção, o partido tende a se desmanchar", disse o governador catarinense.

Com Colombo, os três deputados federais pelo DEM catarinense — entre eles Paulo Bornhausen, que está licenciado para exercer o cargo de secretário no governo estadual — devem deixar o partido. Na Assembleia Legislativa, há sete deputados eleitos que também devem engrossar o grupo de dissidentes do DEM. O ex-senador Jorge Bornhausen se desfiliará do DEM para encerrar a sua participação na política partidária.

O governador começa nesta semana a conversar com os 47 prefeitos e 53 vice-prefeitos, além dos 125 mil filiados do partido no estado, para compor o grupo de fundação do PSD catarinense. Colombo acredita que "boa parte" das lideranças deva lhe acompanhar neste movimento. O lançamento estadual do PSD será feito no dia 14 de maio, em Florianópolis.

Segundo o governador, sua opção inicial era concretizar a fusão com o PSDB. Na avaliação de Colombo, não houve a vontade política para realizar essa união. "O PSDB não deu ao DEM as condições de sobrevivência. O PSDB tinha que dar uma proteção ao aliado, mas o deixou sozinho, e isso foi fatal", avaliou.

No sábado, Colombo viajou a Recife para conversar com o governador Eduardo Campos (PSB). Queria garantir aliança nas cidades catarinenses para a eleição de 2012, preocupado principalmente com os tempos de rádio e TV, principalmente em Florianópolis. Apesar da afinidade com a sigla que faz parte da base do governo, o governador catarinense rechaça a possibilidade de se alinhar ao Planalto.

"Não vamos nos alinhar ao PT. Vamos caminhar com o nosso projeto inicial de manter a nossa posição de contraponto. É importante que a sociedade tenha quem governe e quem faça oposição. Nossa oposição não será, como nunca foi, contra tudo e contra todos", disse.

Para o governador, a nova sigla nasce sintonizada com um movimento que demanda um modelo em maior sintonia com a comunidade, que favorece o surgimento de novos nomes e que recupere a construção de uma base intelectual afinada com a sociedade. "Hoje já estamos na era pós-ideologia. Hoje as diferenças ideológicas são mínimas. Eu espero poder participar da construção deste novo modelo", disse.

Colombo fez questão de ressaltar que a decisão não interfere na aliança de governo, que agrega PMDB e PSDB. "Não vamos cooptar pessoas que estejam filiados aos outros partidos", disse. Na sexta-feira, o deputado estadual Kennedy Nunes se desfiliou do PP e pretende aderir ao PSD de Colombo. O deputado federal Jorginho Mello, do PSDB, também pode seguir o movimento. A previsão de Colombo é que até junho o processo jurídico de construção do partido esteja concluído e, a partir daí, se ampliará a adesão de filiados.

Além de Colombo, o PSD de Gilberto Kassab conta com o governador do Amazonas, Omar Aziz, ex-PMN, e outros cinco vice-governadores. A expectativa é que a sigla nasça com 40 deputados federais.

Da Redação, com informações do Valor Econômico