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Indígenas se reúnem em Brasília no 8° Acampamento Terra Livre

Situação da saúde e da educação indígenas, grandes projetos de desenvolvimento, demarcação de terras. Esses são alguns dos assuntos que estão sendo discutidos no Acampamento Terra Livre 2011, que acontece esta semana em Brasília. Antes do Acampamento, indígenas de várias regiões participaram, no final de semana, do Encontro Nacional dos Povos Indígenas em Defesa da Terra e da Vida, em Luziânia (Goiás).

Indígenas se reúnem em Brasília no 8° Acampamento Terra Livre - Ag. Brasil

Cerca de mil lideranças indígenas de todo o Brasil estão acampados na Esplanada dos Ministérios, mantendo uma tradição de oito anos, para chamar a atenção do governo e da sociedade para as reivindicações dos mais de 230 Povos Indígenas do país.

De acordo com Marcos Sabaru, indígena do povo Tingui-Botó, de Alagoas, e coordenador da Articulação dos Povos e Organizações Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo (Apoinme) dos estados de Alagoas e Sergipe, o Acampamento já faz parte da agenda do movimento indígena. "É um momento de união dos povos, de busca para ouvir os problemas dos outros”, comenta.

O evento, realizado pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) em parceria com o Fórum em Defesa dos Direitos Indígenas (FDDI), tem ainda outro objetivo, que é o de discutir sobre as violações dos direitos indígenas e reivindicar ações do Governo voltadas para essa população.

Durante os quatro dias – o Acampamento acontece de 2 a 5 de maio -, os indígenas participam de debates e discussões em grupos de trabalhos e plenárias e de audiências públicas com os parlamentares. A expectativa é também conseguir um encontro com a presidenta Dilma Rousseff. No último dia 19 de abril, Dia do Índio, a Apib encaminhou à Presidente Dilma uma carta pública com as reivindicações que estão sendo discutidas no Acampamento.

Problemas diversos

Segundo Sabaru, os indígenas enfrentam problemas em diversas áreas. Na saúde, por exemplo, ele destaca os transtornos ocorridos por conta da transição das responsabilidades da saúde indígena, que passaram da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) para a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai). "A nova Secretaria ainda não está adequada”, considera.

Para o coordenador da Apoinme, é importante que exista um diálogo entre indígenas e Governo. "Queremos conversar (com a presidenta Dilma Rousseff), ouvir propostas, estabelecer o diálogo”, afirma, destacando outras reivindicações, como: regularizações e demarcações de terras indígenas, educação diferenciada para as populações indígenas e não criminalização das lideranças.

Sabaru ainda lembra que muitos indígenas estão sendo afetados por grandes projetos de desenvolvimento, como a construção de hidrelétricas, barragens, estradas e portos. "Estão fazendo esses grandes projetos em nome do progresso. Acontece que esse progresso nunca é voltado pra nós. Então, pra quem é esse progresso?”, questiona.

Nesta quarta-feira ( 4), a programação prevê ações de articulações no Congresso, onde estão programadas audiências públicas e a recepção a parlamentares, no local do acampamento, para debate com as lideranças. Para quinta-feira (5), a expecativa é de uma audiência com a Presidente Dilma e demais autoridades federais. No período da tarde, por volta das 16 horas, um ato público encerra o encontro.

De Brasília
Com agências