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Rússia apoia Brasil no Conselho de Segurança da ONU

Em viagem à Rússia, o vice-presidente da República, Michel Temer, assinou nesta terça-feira (17), em Moscou, uma declaração conjunta de cooperação no âmbito do grupo de Coordenação de Alto Nível com o primeiro-ministro da Rússia, Vladimir Putin. A Rússia apoia o Brasil no Conselho de Segurança, ao mesmo tempo que o Brasil manifesta apoio à entrada da Rússia na Organização Mundial do Comércio.

O texto salienta o apoio russo ao ingresso brasileiro no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas, abre campo para investimentos no setor energético, implanta sistema de intercâmbio de ensino para bolsistas em pesquisa científica nos dois países e garante maior cooperação na área agrícola, fortalecendo a aliança estratégica entre os dois países.

O Brasil também apoiou o governo russo com relação ao ingresso do país na Organização Mundial do Comércio até 2011, com ampla negociação entre os parceiros internacionais que já integram o organismo de controle das relações comerciais.

A maior ampliação das relações entre Brasil e Rússia pode ser traduzida na meta estabelecida de alcançar o volume de US$ 10 bilhões no comércio bilateral. Em 2010, Brasil e Rússia negociaram cerca de US$ 6 bilhões.

“As transformações no Conselho de Segurança devem ter como objetivo ampliar sua representatividade e reforçar sua eficácia. A parte russa considera o Brasil como um participante relevante e influente das relações internacionais e reafirma seu apoio a candidatura do Brasil como um merecedor e forte candidato a um assento permanente em um Conselho de Segurança da Nações Unidas ampliado”, diz o documento, revelando mais avanços na posição russa em relação à reivindicação do Brasil.

Na área científica, foi acertada a cooperação em educação, com a concessão de bolsas de ensino para estudantes e pesquisadores em áreas estratégicas, como nanotecnologia, matemática, física entre outros. Ficou acertado no Memorando de Entendimento um cronograma de 60 dias para colocar em pratica o acordo.

Também ficou definido apoio mútuo para a criação do Centro de Inovações Skolkovo, na Rússia, e do Parque Tecnológico Cidade Digital, em Brasilia. No mesmo sentido, a área espacial foi abordada com a cooperação estabelecida para o aperfeiçoamento do veiculo lançador de satélite do Brasil.

A tecnologia russa em redes de transmissão de energia foi tema de entendimento entre a Eletrobras e a Inter Rao EES. A Rússia tem tecnologia mais avançada neste setor, que é necessário aos investimentos energéticos brasileiros. Outros aportes podem ser feitos por empresas russas na área de prospecção e refino de petróleo.

Após a reunião, o premiê russo, Vladímir Putin, disse à mídia que existem boas perspectivas de cooperação econômica entre os dois países, principalmete nas áreas metalúrgica e energética.

"Estão abertas novas perspectivas (para a cooperação) na indústria metalúrgica, onde nossas grandes empresas, Mechel e Severstal, se converteram em co-proprietárias de outras grandes empresas", disse Putin. "Parece promissora também a cooperação entre Gazprom e Petrobras", agregou o premiê.

Em 2010 os governos dos dois países fizeram um acordo que elimina a necessidade de visto em viagens mútuas. Há pouco tempo recomeçaram os voos diretos entre Rio de Janeiro e Moscou. Nos próximos anos os dois países receberão importantes competições esportivas: os Jogos Olímpicos de Inverno de 2014 na cidade de Sótchi, no Mar Negro, e os Jogos Olímpicos de Verão do Rio de Janeiro, em 2016.

Em 2014 o Brasil sediará a Copa do Mundo de futebol e a Rússia terá a incumbência de sediar a edição seguinte do Mundial, em 2018. "Concordamos em trocar informações úteis sobre as competições e nos ajudaremos mutuamente na organização desses eventos", disse.

Michel Temer declarou que o reconhecimento mútuo de diplomas é de grande importância para os brasileiros. Embora tal acordo não tenha sido assinado ainda, o Brasil participa de forma intensa nos intercâmbios de estudantes com a Rússia, disse.

Da redação, com informações do Blog do Planalto e RIA Novosti