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Rússia adverte EUA contra provocação com "defesa antimísseis"

O presidente russo Dmitri Medvedev fez mais uma advertência nesta quarta-feira aos Estados Unidos em relação a um retorno ao clima de Guerra Fria, caso os estadunidenses não considerarem a participação da Rússia em uma pretensa "defesa antimísseis" em solo europeu.

Caso os Estados Unidos continuarem desenvolvendo seu projeto de escudo antimísseis no Leste Europeu sem considerar a Rússia, Moscou deverá "tomar medidas em represália, o que verdadeiramente preferiríamos evitar", advertiu Medvedev, durante entrevista coletiva em Moscou.

"Seria o caso, então, de desenvolver o potencial ofensivo das nossas capacidades nucleares. Seria um cenário que faria voltar à época da Guerra Fria", disse.

A reação dos Estados Unidos foi negar que o dispositivo de ataque esteja dirigido contra a Rússia, como já fez anteriormente. Usando palavras vagas, o representante americano disse que Washington tem a intenção de "cooperar" com Moscou sobre este tema.

"Passamos muitos anos dizendo claramente que nossa cooperação na defesa antimísseis não está, de forma alguma, dirigida contra a Rússia", tergiversou mais uma vez o porta-voz do Departamento de Estado, Mark Toner.

Nos últimos anos, a Rússia adverte contra a instalação em territórios vizinhos de um pretenso sistema antimísseis na Europa, denunciando que o controle do sistema pelo Ocidente encobre a intenção de controlar parte do território russo.

Medvedev avisou os EUA que já foram feitas repetidas vezes demonstrações que a Rússia deseja colaborar com o tal sistema, em uma forma de controlar o perigo de agressão ao qual estará sujeita. Os Estados Unidos ignoram as demandas de Moscou.

Desde 3 de maio, data da assinatura de um acordo entre os Estados Unidos e a Romênia para o deslocamento de elementos do futuro escudo neste país, Moscou exige que os Estados Unidos garanta que estas instalações não constituirão uma ameaça contra o potencial nuclear russo.

Em setembro de 2009, Washington viu-se obrigado a anular o projeto desenhado anteriormente pela administração de George W. Bush, por conta da forte oposição russa e das populações dos países envolvidos — Tchéquia e Polônia.

Manifestando desagrado com o descaso de Washington com a questão, o presidente russo também ameaçou deixar o tratado russo-americano de desarmamento nuclear START, que entrou em vigor este ano depois de longas e difíceis negociações

Com agências