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Proposta de Obama é indefensável para Netanyahu

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, reagiu com irritação ao discurso pronunciado na última quinta-feira (19) pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. No pronunciamento, o americano destacou que um futuro estado palestiniano deveria respeitar as fronteiras prévias à guerra de 1967.

Netanyahu classificou o cenário idealizado por Obama como "indefensável", pois o retorno à linha divisória ultrapassada por Israel significaria perder parcela do território palestino invadido. Um dos porta-vozes do governo de Netanyahu afirmou ao New York Times, com tom de desgosto, que a postura de Barack Obama "foi uma mudança radical da política dos EUA em relação a Israel".

As declarações de Barack Obama azedaram o clima da reunião que os dois líderes de estado manterão nesta sexta-feira (20) nos EUA.

No discurso, Obama afirmou que Israel não pode ser um estado de paz enquanto opte pela ocupação permanente de territórios na Cisjordânia.

Ao mesmo tempo, Netanyahu frisou a intransigência de seu governo em negociar com os palestinos, sob o pretexto de que um regresso às antigas fronteiras iria "enfraquecer" a segurança e "colocar em risco" os ocupantes dos territórios atuais.

Recentemente, Netanyahu mostrou-se indisposto a dialogar com o atual administração americana, considerand, inclusive, congelar qualquer diálogo com os EUA até 2013, quando uma eventual troca no poder executivo aconteça nas eleições, fazendo com que um republicano assuma o governo dos EUA.

A vitória dos republicanos certamente faria a política externa assumir as mesmas posições impostas pelo ex-presidente republicano George W. Bush, que defendia em 2004 a impossibilidade de alcançar um acordo entre Israel e Palestina com as fronteiras prévias a 1967.

Oposição critica premiê

Para a líder da oposição Tzipi Livni, do partido Kadima, Netanyahu "coloca a segurança do país em risco" ao fazer críticas ao discurso de Obama.

Em entrevista à rádio pública de Israel, a ex-ministra de Relações Exteriores disse que "Netanyahu está fazendo com que Israel pague um preço muito alto para salvar sua coalizão" de governo.

Livni disse acreditar "ser favorável para os interesses de Israel" o fato de que um presidente americano apoie a ideia de que existam dois Estados – um palestino e um judeu.

Segundo Livni, o premiê "prejudica desnecessariamente as relações entre Israel e os Estados Unidos, colocando, dessa forma, em perigo a segurança" do país. Livni é líder do Kadima, principal partido de oposição em Israel.

Ainda de acordo com ela, "seria melhor que (Netanyahu) deixasse o poder". Para a deputada, "um primeiro-ministro que trata os Estados Unidos como inimigo corre o risco de que um dia também o tratem dessa forma".

Com agências