Comunidades querem ter voz e liberdade no Rio

O fórum das comunidades, realizado pelo PCdoB-Rio, no dia 25, mostrou que os moradores dessas áreas querem ter voz e liberdade nas suas regiões. Mais de cem pessoas de diversas comunidades participaram do encontro, que aprovou uma carta de reivindicações.

Diversas comunidades estiveram presentes: Caju, Parque União (Ilha do Governador), Bonsucesso, Colins (Lins), Turano, Manguinhos, Borel, Cidade de Deus, São Conrado, Escondidinho (Rio Comprido), Paula Ramos, Complexo do Alemão, Rocinha, São Carlos, Mineira, Flamengo, Campo Grande, Pavão, Pavãozinho, Tabajaras, Macaco, Mangueira, Cantagalo e Recreio, entre outros. Também esteve presente o ator José Prata, filho do também ato, Grande Otelo. No processo de preparação do fórum – cinco reuniões foram realizadas – diversas pessoas dessas comunidades pediram filiação ao PCdoB.

A criação do fórum foi saudada por todos os presentes, que viram no PCdoB um espaço aberto e democrático para debater a atual situação das comunidades. Na sede do Partido, todos puderam falar e expressar os problemas e a realidade de cada local.

A segurança pública – manifestada pelas UPPs – tiveram destaque nas explanações. Nos locais onde há o projeto do governo do estado, as pessoas reclamaram da truculência da polícia e da falta de projetos sociais, além da liberdade. Nestas comunidades, a polícia instaurou o limite de horário para festas e bailes, com a proibição de caixas de som. Da mesma forma, outras regiões também desassistidas, mas que não possuem crime organizado, reclamaram de que como elas não estão na mídia não recebem investimentos sociais.

A voz das comunidades

Para Osny Lourenço, da Federação de Favelas (FAF-Rio), “o PCdoB está de parabéns, pois foi o único partido que abraçou a criação deste fórum”. Já o camarada Júlio Brandão, do Baixo Tijuca, “afirmou que esse é um Partido com visão popular e organizado para apresentarmos nossas idéias e essa é a oportunidade das comunidades colocarem suas reivindicações para fora”.

Para o camarada Xaolin, da Rocinha, “a questão política precisa estar sempre no comando das ações e é assim que as comunidades podem avançar”. Vindo do Jacarezinho, Nelson ressaltou a história de luta do Partido: “o PCdoB tem sua voz, seu pensamento e seu projeto socialista, que nem a ditadura conseguiu calar”.

Segundo a presidente da União das Favelas, Nilda Pereira, “esse foi apenas o pontapé inicial para as reivindicações das comunidades”. Para ela, “é preciso de companheiros de luta nesta empreitada, pois sem luta não há vitórias”.

Partido na luta

Para a presidente estadual do PCdoB-RJ, Ana Rocha, “esse é o momento oportuno para aglutinar as lideranças para debaterem propostas e formas de organização. Vivemos um processo democrático, que deve servir para aprofundar a organização do povo e o avanço do Brasil rumo ao desenvolvimento”.

Para o presidente do PCdoB-Rio, Romário Galvão, “a idéia de se construir o fórum é no sentido de retomar um ciclo de organização desse povo, que tem uma pauta extensa de reivindicação. Reunir é o primeiro esforço, agora vamos retomar a unidade e construir uma agenda de luta”.

Segundo o vice-presidente do PCdoB-Rio, Marcos Oliveira, “o PCdoB entende que é preciso construir esse fórum, que seja um instrumento de luta de todas as comunidades do Rio, com uma visão integrada de cidade, com identidades e realidades específicas. Um fórum do PCdoB que agregue todas as lideranças, com espaço de valorização e integração”.

Também participaram do lançamento do fórum outros dirigentes do PCdoB do Rio de Janeiro, além da deputada estadual do Partido, Enfermeira Rejane, da secretária municipal de Educação de Nova Iguaçu, Dilceia Quintela, de Paulo Cesar, diretor da Conam, de Helena Piragibe, da União Brasileira de Mulheres, e de Cláudia Vitalino, da Unegro. Ao final, foi eleita a coordenação do fórum, formada por pessoas de diversas comunidades. A primeira reunião será já na próxima quarta-feira (1º de junho), às 18h, na sede do PCdoB da capital.