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Brasil pode ter reforma política progressista, diz Wagner Gomes

O presidente da CTB, Wagner Gomes, participou nesta sexta-feira (27) de uma reunião com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com o objetivo de debater a mobilização das centrais em relação à reforma política. Para o dirigente, já há importantes consensos entre algumas forças políticas progressistas sobre essa pauta, condição que permite aprofundar o tema e levá-lo para o debate com outros setores da sociedade.

Por Fernando Damasceno, no Portal da CTB

Wagner Gomes lembra também que a reunião com Lula foi importante para articular com o ex-presidente uma nova reunião, com a finalidade de debater temas específicos da pauta sindical, como a redução da jornada de trabalho, as terceirizações, o fator previdenciário e a contribuição sindical.

“Foi importante marcar esse encontro com Lula e ver nele essa disposição de debater outros temas, além da questão da reforma política. Também foi de grande importância ouvir do ex-presidente um posicionamento favorável à manutenção do imposto sindical”, afirmou o dirigente cetebista.

Leia abaixo a entrevista:

Portal CTB: Veio em um bom momento essa reunião com o ex-presidente Lula? Como a CTB tem acompanhado as discussões sobre a reforma política?
Wagner Gomes: Sem dúvida veio em um grande momento. Além de termos nos reencontrado com o ex-presidente Lula, pudemos ver nele uma grande disposição para enfrentar esse debate da reforma política, algo que certamente demandará muitos esforços de todos os setores comprometidos com a ampliação da democracia no país.

A CTB tem acompanhado muito de perto as discussões sobre a reforma política. Tanto o vice-presidente Nivaldo Santana quanto nosso secretário Joílson Cardoso têm sido presenças constantes nas reuniões organizadas por alguns partidos políticos e outros movimentos sociais sobre esse tema. Achamos que já existem alguns consensos que merecem um certo foco nessa discussão, como o financiamento público de campanha, e que as centrais sindicais têm muito a contribuir para esse processo.

Portal CTB: Lula propôs a realização de uma plenária sobre esse tema. Como as centrais vão se articular?
Wagner Gomes: Acredito que todas as centrais têm grande interesse sobre o assunto. Eu acho que o país tem condições de implementar uma reforma política progressista, que traga uma grande evolução. A CTB dará todo seu apoio e intensificará sua participação nessas discussões, sempre com a ideia bem clara de que qualquer proposta de reforma deve passar pela ampliação da democracia.

Portal CTB: De que forma as centrais poderão colaborar no debate com a população em relação a certos temas da reforma política? Como convencer o povo da necessidade de um sistema com financiamento público de campanha?
Wagner Gomes: Realmente é uma tarefa difícil, mas a tarefa é importante, é sem dúvida algo que dará maior transparência para as campanhas políticas e permitirá maior participação popular no processo eleitoral.

O que as centrais não podem apoiar é o atual formato, no qual aqueles que têm o apoio do capital financeiro e do empresariado saem muito na frente. É só vermos a quantidade de representantes dos trabalhadores existem no Congresso e quantos são aqueles que defendem com unhas e dentes os interesses de determinados grupos empresariais, banqueiros e outros privilegiados. Há quase cem deputados ligados aos interesses do agronegócio, enquanto existem pouquíssimos que defendem o pequeno agricultor. A mesma comparação pode ser feita em relação às mulheres, negros, indígenas, movimento LGBT e outras minorias.

Portal CTB: Houve também alguma articulação com o presidente Lula para futuras reuniões, sobre pautas mais ligadas ao movimento sindical?
Wagner Gomes: Isso foi algo que não entrou na pauta da reunião, mas que acabou sendo abordado. Diante de uma certa demanda que temos, em relação a temas como o fim do fator previdenciário, a redução da jornada de trabalho e outros, Lula se comprometeu a agendar uma nova reunião, com uma pauta específica.

Independentemente disso, foi importante marcar esse encontro com Lula e ver nele essa disposição de debater outros temas, além dessa questão da reforma política. Também foi de grande importância ouvir do ex-presidente um posicionamento favorável à manutenção do imposto sindical. Ele deixou claro que se uma central não quiser receber a contribuição, isso é um direito dela, que ninguém pode se intrometer. De qualquer modo, voltaremos a tocar nesse tema em um futuro breve, durante uma reunião específica sobre esse tema.