Quilombolas acampam em frente ao Palácio dos Leões

Representantes de vários quilombos maranhenses acamparam na madrugada desta quarta-feira, 1, em frente à sede do governo do estado.

Para protestar contra o descaso e a omissão do governo maranhense e denunciar à sociedade os problemas enfrentados por quilombolas, indígenas e camponeses no Maranhão dezenas de pessoas oriundas de vários municípios estão desde a madrugada acampados em frente ao Palácio dos Leões, sede do governo estadual.
Um rufar de tambores por volta das 5 da manhã foi a primeira manifestação dos acampados. A segurança da residência oficial do governo tentou proibir a manifestação, mas os tambores continuaram sendo tocados até as 7 horas. Por volta da 8 horas a frente do Palácio Bevilacqua, sede do Poder Judiciário localizado nas imediações do Palácio dos Leões, estava tomada de manifestantes portando cruzes de madeira simbolizando os assassinados no campo.
Batizado de “Acampamento negro Flaviano”, em homenagem ao líder quilombola assassinado em 30 de outubro de 2010, vai permanecer até a próxima sexta, 3, denunciando as “várias situações de violência vivenciadas por camponeses e indígenas na luta pela defesa de seus territórios”.
“O encontro será também um momento de troca de experiências. As populações negras não estão sofrendo apenas no interior, mas também aqui na capital. É necessário o diálogo. São diversas as ameaças, despejos e violência. A aliança entre o interior e a capital é necessária”, afirmou Pe. Inaldo Serejo, da coordenação CPT/MA.
Outras organizações que apoiam a iniciativa dos quilombolas são a Cáritas Brasileira Regional Maranhão, Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais Sem Terra, Sociedade Maranhense de Direitos Humanos e União por Moradia Popular.
A programação dos dias de acampamento está sendo construída coletivamente e incluirá, nos próximos dias, além do intercâmbio, atividades culturais e celebrações ecumênicas – uma está marcada para amanhã (2), às 16h.
(Com informações de Zema Ribeiro)