Ceará: Debate marca Dia da Consciência da Cardiopatia Congênita
A Assembleia Legislativa realizou, na tarde desta quinta-feira (02/06), audiência pública para celebrar o Dia Estadual da Consciência da Cardiopatia Congênita, comemorado anualmente no dia 12 de junho. A iniciativa partiu do deputado Lula Morais (PCdoB), autor da lei 14.785/10, que cria a data, em parceria com o vereador de Fortaleza, Guilherme Sampaio (PT).
Publicado 02/06/2011 22:40 | Editado 04/03/2020 16:31
Lula lembrou que se envolveu com a questão, com as atividades realizadas pelo Instituto do Coração de São Paulo (Incor) e com as famílias das crianças portadoras e se sentiu responsável por contribuir com o alerta para a importância do diagnóstico precoce, evitando sequelas no desenvolvimento da criança. De acordo com o parlamentar, é preciso uma aproximação grande para detectar e corrigir o problema o mais cedo possível.
O vereador Guilherme Sampaio disse que esta iniciativa ser compartilhada entre a Câmara Municipal e a Assembleia já é algo a ser comemorado por haver uma interação com o tema. Para ele, essa união de forças visa afirmar para a sociedade que este é um tema que merece estar na pauta do legislativo cearense.
“É fundamental colocar em discussão este assunto, num momento em que ainda temos muitas dificuldades na saúde pública estadual e, especificamente na cardiopatia congênita. São dificuldades de viabilizar as condições mais básicas para detectar e solucionar o problema. Um suporte para esse tratamento é fundamental”, disse.
O diretor da Divisão de Cirurgia Cardíaca Pediátrica do Incor, Marcelo Biscegli Jatene, ministrou palestra sobre o tema “Cardiopatia Congênita: Passado, Presente e Futuro”, explicando que esta é uma doença que acompanha a criança desde o nascimento, na qual há uma anormalidade na estrutura ou função do coração.
Ele informou que, para cada mil crianças nascidas vivas, sete a dez são portadoras e, entre as causas, citou a genética, fatores ambientais e a exposição a medicamentos. “A informação e o conhecimento sobre o coração da criança passaram a ser importantes, porque é diferente do adulto. O coração de um bebê tem muito mais água em sua constituição, o que gera uma maior propensão a inchaços. Além disso, o volume circulatório é por volta de 250 mililitros de sangue apenas. É um universo muito particular, por isso devemos dar uma atenção maior”, acrescentou.
Marcelo ressaltou ainda, a importância da tecnologia que, segundo ele, avançou bastante com equipamentos menores, mais eficientes e que dão suporte ao coração no caso de ele não conseguir funcionar direito. Por fim, ele afirmou que não é possível ter a pretensão de que uma pessoa, isoladamente, possa fazer a diferença em relação à cardiopatia congênita. De acordo com ele, para atingir o objetivo, é fundamental que se tenha uma equipe dedicada e talentosa.
Na ocasião, foram homenageados com placas comemorativas à data a diretora geral do Hospital de Messejana, Maria do Perpétuo Socorro Parente Martins; a médica Ieda Biscegli Jatene e o palestrante Marcelo Jatene.
Fonte: Agência de Notícias da Assembleia Legislativa