Entidades denunciam fraude em Congresso da Fetrace

Nota publicada nesta quinta-feira em jornal de grande circulação do Ceará, sete sindicatos ligados à Federação dos Trabalhadores em Comércio e Serviços do Estado do Ceará (Fetrace) denunciam fraude em congresso da entidade realizado no último final de semana, entre os dias 27 e 29 de maio, em Imparana.

Josenias Gomes, presidente do Sindicato dos Empregados em Empresas de Asseio e Conservação do Estado do Ceará, uma das organizações que assinam a nota, afirma que o congresso, desde seu início, com a comissão da formação organizadora foi irregular. O sindicalista questiona também o novo estatuto criado pela comissão que seria aplicado durante o encontro. “Este estatuto é ilegal. Ele deveria ter sido votado, aprovado e registrado corretamente com o aval de todas as categorias”.

Segundo Josenias, o grupo que liderou as ações durante o congresso atuou passando “um rolo compressor” nas entidades que defendem os trabalhadores. “Usaram métodos e desculpas esfarrapadas para conseguir meios de realizar o encontro. Entramos na justiça para impedir a realização do encontro e aguardamos a decisão do juiz a nosso favor. Democracia neste processo já era”, considera. O sindicalista ratifica que as entidades devem representar os trabalhadores e não defender interesses próprios. “Não se faz política sem a contribuição dos trabalhadores. Confiamos na vitória do trabalhador e não dos que não têm representatividade”. Os Sindicatos que assinam a nota somam cerca de 85% dos trabalhadores representados pela Fetrace.

Íntegra da nota

Fraude no VII Congresso da Fetrace

A Federação dos Trabalhadores em Comércio e Serviços do Estado do Ceará – Fetrace já foi exemplo de democracia e representação dos trabalhadores, entretanto, essa não é mais a realidade da entidade.

Dentre diversos episódios antidemocráticos e atitudes truculentas tomadas pelo grupo majoritário que forma a diretoria da FETRACE, a mais nova arbitrariedade, leia-se FRAUDE, foi protagonizada no VII Congresso da entidade, realizado no SESC de Iparana, nos dias 27, 28 e 29 de maio.

Tudo o que aconteceu no Congresso, desde a sua convocação até as votações, foi realizado de forma irregular e ilegal. O Congresso foi regido por um Estatuto que não está regulamente registrado, mas que foi criado para beneficiar parte da diretoria que não possui nenhuma representatividade na base e, muitos, sequer têm vínculo empregatício.

Um Estatuto que criou aberrações como o “delegado nato”, ou seja, “delegados” que NÃO são eleitos por nenhuma categoria (o que já bastaria para não poder participar do congresso e de eleições), mas que têm, assegurado pelo novo Estatuto, o “direito” de continuar fazendo parte da diretoria da FETRACE vitaliciamente, como se fossem reis soberanos que não precisam passar pelo crivo de seu povo.

A delegação inteira do Sindicato dos Vigilantes do Estado do Ceará foi impedida de participar, com a falsa desculpa da exigência de documentos que não foram requeridos a nenhum outro sindicato. Outras delegações foram reduzidas consideravelmente sem aviso prévio ou justificativa plausível, como aconteceu com o Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Estado do Ceará – SindSaúde. E delegações, como a do Sindicato dos Empregados em Empresas de Asseio e Conservação do Estado do Ceará – Seeaconce, só puderam fazer a sua inscrição após a votação do Regimento Interno do Congresso, em virtude do atraso proposital no credenciamento. É importante salientar que estas eram algumas das maiores delegações da base da Federação, pois fazem parte de sindicatos com representatividade estadual e, diga-se de passagem, não elegeram nenhum delegado do grupo majoritário da FETRACE, ou seja, todos os eleitos formavam oposição ao regime truculento e ditatorial implantado por eles. Portanto, é facilmente comprovado o motivo pelo qual estes delegados foram barrados.

Sem falar na segurança ilegal contratada pela FETRACE que, ao invés de dar tranquilidade aos presentes, implantou o medo e o terrorismo.

Diante de todas as arbitrariedades e do tratamento dado àqueles que não compactuavam com os abusos e absurdos cometidos constantemente pela FETRACE, e por entender que, no VII Congresso, houve a tentativa de assassinato à democracia, à história e ao verdadeiro e legal Estatuto da entidade, diversos trabalhadores/delegados se retiraram do evento como forma de protesto e não votaram nas propostas ilegais, inclusive na eleição da nova diretoria da FETRACE, apresentadas por quem não representa o interesse das categorias. Delegações que se retiraram: mais da metade da delegação do Sindicato dos Comerciários de Fortaleza, Sindicato dos Vigilantes do Ceará, Sindicato dos Empregados em Empresas de Asseio e Conservação do Estado do Ceará, Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Estado do Ceará, Sindicato dos Comerciários de Sobral, Sindicato dos Comerciários de Iguatu, Sindicato dos Comerciários do Crato e parte da delegação do Sindicato dos Comerciários de Juazeiro do Norte.

O que se viu no VII Congresso da Fetrace foram delegados biônicos (delegados natos) e delegados dirigidos, ao invés de dirigentes. Nós repudiamos veemente tais práticas e não reconhecemos ESTA FETRACE como nossa representante. Por isso, já entramos com processo judicial e estamos aguardando que o parecer seja favorável dentro do que é legal e coerente no movimento sindical.

Sindicato dos Comerciários de Fortaleza

Sindicato dos Empregados em Empresas de Asseio e Conservação do Estado do Ceará

Sindicato dos Vigilantes do Estado do Ceará

Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Estado do Ceará

Sindicato dos Comerciários de Iguatu

Sindicato dos Comerciários de Sobral

Sindicato dos Comerciários do Crato

De Fortaleza,
Carolina Campos