Leci Brandão se reúne na ALESP com  militantes do Hip Hop

“Hoje quem faz a música de protesto neste país é a juventude do Hip Hop”, afirmou a deputada estadual Leci Brandão (PCdoB-SP) durante encontro realizado no dia 30 de maio, na Assembléia Legislativa de São Paulo com o movimento Hip Hop.

Leci Brandão

Convidados pela deputada, compareceram à reunião artistas de referência para o movimento como Rappin’ Hood, Dexter, Sandrão (RZO), Tio Fresh, o escritor Alessandro Buzo e o locutor Fábio Rogério. A secretaria de Estado da Cultura foi representada pelo assessor especial para o Hip Hop, Márcio Santos da Silva, o “Tchuk”.

Preconceito

Apesar da intensa produção artística de MCs, compositores e produtores, o Hip Hop está excluído do financiamento público em São Paulo, afirmaram os presentes. Entidades como Periferia Ativa, Nação Hip Hop Brasil e Fórum de Mulheres no Hip Hop realizam, com os próprios recursos, shows, oficinas, produção de CDs, livros e documentários para compartilhar com o público o cotidiano das periferias, entre outros temas.

O preconceito contra o Rap foi outro assunto abordado na reunião. Os participantes reclamaram da ação policial inadequada sempre que há um evento do Hip Hop, que tem sido frequentemente excluído do calendário oficial de atividades do Estado e Prefeitura de São Paulo. “Tivemos muitas dificuldades para organizar a semana do hip hop neste ano começando pelos cartazes que tiveram que ser modificados porque falava do genocídio contra a juventude negra”, contou a compositora Sharylaine.

Edital

O assessor Márcio informou que a secretaria de Estado da Cultura lançou em março o Programa de Ação Cultural (Proac) voltado para o Hip Hop e que a secretaria também oferece, gratuitamente, capacitação para maiores de 14 anos interessados em formatar um projeto para o edital. Mencionou ainda que está em elaboração um programa de capacitação para professores para que seja efetivamente aplicada nas escolas estaduais a disciplina Hip Hop, incluída na grade desde 2009.

A deputada Leci Brandão, que é integrante da Comissão de Educação e Cultura da Assembléia, se colocou à disposição para articular um encontro entre o movimento e o secretário de Estado de Educação, Herman Voorwald, para discutir o Hip Hop no currículo escolar. A Assessoria do mandato também sugeriu a organização de um seminário na Assembléia para discutir a cadeia produtiva do Hip Hop reunindo representantes de diversas secretarias estaduais.

“A cultura hip hop é formada por muitos artistas que precisam ser valorizados e incentivados. Reunir as pessoas aqui na Assembléia é mais uma forma de superar o preconceito institucional”, destacou Leci. Rappin’ Hood observou que o encontro foi “um pontapé inicial para essa revolução”. Finalizou dizendo: “É preciso levar pras ruas o que aconteceu aqui”.

Também estiveram no encontro representantes da Casa do Hip Hop de Diadema e da Ong Janga Mais Ação.

Legislação

Desde março deste ano São Paulo tem uma data oficial para comemorar o Dia do Hip Hop. É o dia 21 de novembro, instituído pela Lei 14.384 sancionada em 29 de março pelo governador Geraldo Alckmin. A prática do grafite foi descriminalizada em maio quando a presidenta Dilma Roussef sancionou a Lei 12.408.

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