Câmara de Campinas assume protagonismo na crise política

Após o vendaval que sacudiu Campinas/SP com a expedição de 20 mandados de prisão (13 cumpridos) pedidos pelo Ministério Público Estadual (MPE), as atenções se voltam para a Câmara Municipal, onde está instalada uma Comissão Processante (CP) que pode levar ao impeachment do prefeito Hélio de Oliveira Santos (PDT).

A CP já deu início aos seus trabalhos, após notificar o prefeito sobre as acusações que lhe foram feitas em requerimento do vereador Artur Orsi (PSDB), aprovado por unanimidade pelo plenário da Câmara. O prefeito tem até quinta (09/06) para apresentar sua defesa.

A oposição ao prefeito protocolou, na sessão de segunda (06/06), onze pedidos de relações com os nomes dos funcionários comissionados em diversos órgãos públicos. O objetivo é verificar a existência de possível nepotismo nas contratações. O vereador Valdir Terrazan (PSDB) é autor de oito pedidos. Os requerimentos pedem os nomes dos comissionados na Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec), na Companhia de Habitação Popular (COHAB), na Informática de Municípios Associados (IMA), na Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento S.A. (Sanasa), na Centrais de Abastecimento de Campinas S.A. (Ceasa), no Hospital Municipal Dr. Mário Gatti e no Pólo de Alta Tecnologia de Campinas (Ciatec).

Mesmo sem representação na Câmara, o PSOL protocolou requerimento para instalação de uma Comissão Processante para apurar o envolvimento do vice-prefeito Demétrio Vilagra no caso. O presidente da Câmara, Pedro Serafim (PDT) encaminhou o pedido para análise da consultoria jurídica da instituição. Em nota conjunta das executivas municipal e estadual do PSOL, que trata da questão, o partido compara a situação atual com o assassinato do prefeito Toninho do PT, ocorrido há dez anos, e ainda impune.

No dia 20/05, o juiz da 3ª Vara Criminal de Campinas expediu 20 mandatos de prisão e 24 de busca e apreensão a pedido do MPE. As investigações atingem empresários e membros do primeiro escalão do governo do prefeito Hélio – como o vice-prefeito e a primeira-dama Rosely Nassim Jorge Santos. Após as denúncias, vários assessores foram exonerados pelo prefeito. Até o momento, o MPE não formalizou a denúncia.

De Campinas,
Agildo Nogueira Junior