Advogados discutem prisões de políticos em Campinas

Os advogados da primeira dama, do vice-prefeito e do ex-secretário de Segurança manifestaram, durante a tarde, suas impressões sobre os mandados de prisão preventiva expedidos pelo juiz Nelson Augusto Bernardes, da 3ª Vara Criminal de Campinas.

O advogado Eduardo Carnelóz, que defende a primeira dama, Rosely Nassim Jorge Santos, afirmou que ainda não havia tido acesso ao texto com a decisão. Ele considera que o mandado afronta decisão anterior do Tribunal de Justiça (TJ) que concedeu habeas corpus impedindo ações coercitivas contra a primeira dama. Para ele, a decisão do TJ continua valendo, o que torna a prisão ilegal.

Carnelóz afirma que vai discutir a fundamentação jurídica da decisão por considerá-la inconsistente, já que Rosely estava colaborando com as investigações. O advogado chama a atenção para o fato de as ações terem sido executadas numa sexta-feira. Seu raciocínio é que isso impede que haja tempo hábil para tomada de providências antes do final de semana, o que submete as pessoas a ficarem mais tempo detidas, expostas a humilhações e constrangimentos. Embora afirme desconhecer o paradeiro de Rosely, sua opinião é que ela não deve se entregar por tratar-se de uma decisão injusta e ilegal.

Outro advogado que considera estranho o pedido de prisão, é Ralph Tórtima, que defende o vice-prefeito, Demétrio Vilagra. Sua impressão é causada porque o vice-prefeito já havia sido preso, prestado depoimento e posto em liberdade. Ele está preparando um pedido de habeas corpus. Para Tórtima, a decisão é pouco aceitável e afirmar que Demétrio está foragido é precipitado.

Marcelo Martins de Oliveira, advogado do ex-secretário de Segurança, Carlos Henrique Pinto, também afirma não saber os motivos que levaram à decisão da Justiça. Ele informou que vai tentar revogar a prisão e lembra que por ser advogado seu cliente tem direito a cela especial.

No final da tarde, a imprensa divulgou que o Ministério Público Estadual formalizou denúncia contra 22 pessoas. Sete delas tiveram as prisões decretadas. Duas estão presas. Todos que tiveram a prisão decretada são acusados de formação de quadrilha. Alguns são acusados ainda de outros crimes. Rosely Nassim – de corrupção passiva e fraudes na lei das licitações,  Demétrio Vilagra – de corrupção ativa, Aurélio Cance Jr. (ex-diretor da Sanasa) – de irregularidades em contratos, Marcelo de Figueiredo (ex-diretor comercial da Sanasa) e Ricardo Chimirri Cândia (ex-diretor de Planejamento da Prefeitura) – de corrupção passiva.

De Campinas,
Agildo Nogueira Junior