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França pressiona Brasil em favor de resolução contra a Síria

O governo francês, que sob a liderança do autoritário presidente Nicolas Sarkozy tem revelado cada vez mais seu caráter imperialista e agressivo, está fazendo pressões diplomáticas sobre o Brasil para que apoie o projeto de uma resolução europeia de condenação à Síria.

O Brasil, assim como a Índia e a África do Sul, tem restrições à resolução preparada por Grã-Bretanha, França, Alemanha e Portugal. Pçor outro lado, a Rússia e a China já se manifestaram contrários à proposta européia dando a entender que poderão vetar o texto.

O resultado, disseram diplomatas da Organização das Nações Unidas (ONU), é um impasse no Conselho de Segurança composto por 15 países. Ainda não está decididop se os países proponentes vão colocar o documento em votação.

O representante do governo imperialista francês na ONU, embaixador Garard Araud, numa postura de ingerência sobre as decisões soberanas do Brasil, declarou ao jornal O Estado de S.Paulo: "Esperamos sinceramente que o voto do Brasil reflita o apoio às aspirações democráticas do povo árabe".

Diplomatas do Conselho de Segurança se reuniram no último sábado (9) na expectativa de superar o impasse sobre o projeto de resolução. O documento não iria de imediato impor sanções à Síria, mas condená-la “pela repressão” e sugerir que as forças de segurança sírias poderiam ser culpadas por crimes contra a humanidade. Mas esses esforços caíram mno vazio, com as ausências dos representantes da Rússie e China.

Na semana passada, o chanceler brasileiro, Antonio Patriota, disse a repórteres em Nova York que a resolução condenando a Síria poderia inflamar as tensões na região.

Diplomatas ocidentais, de maneira desrespeitosa, sugeriram que Rússia e China estão usando as posições dos outros membros dos Brics — Brasil, Índia e África do Sul — como pretexto para possivelmente vetar a resolução europeia.

Os representanets dos países imperialistas europeus, principalmente Grã Bretanha e França concentram sua pressão sobre Brasil, Índia e África do Sul, na expectativa de que a mudança de opinião destes abra caminho para suavizar a oposição da Rússia e da China.

A Rússia afirmou que uma ação contra a Síria por parte do Conselho de Segurança abriria caminho para uma intervenção do Ocidente como a que acontece na Líbia.

A ONU não está patrocinando a resolução contra a Síria, mas deixou claro que apoia o texto. No sábado, a organização acusou o governo da Síria de criar "uma crise humanitária".

Para serem aprovadas, resoluções precisam de nove votos a favor e de nenhum veto dos cinco membros permanentes: Grã-Bretanha, China, França, Rússia e Estados Unidos.
O Brasil tem mantido uma posição firme na oposição à proposta européia. Com justa razão, o Itamaraty teme que a aprovação abra caminho à aplicação de sanções econômicas ou mesmo de intervenção militar contra a Síria, como ocorre na Líbia, no que seria mais uma agressão imperialista no Oriente Médio, contrária aos princípios da política externa brasileira.

Com Rússia e China, o Brasil compartilha a opinião de que a agressão armada da Otan contra a Líbia inviabilizou uma solução política para o conflito n o país norte-africano e o mesmo poderia ocorrer em relação à Síria, caso a proposta de resolução dos países imperialistas europeus seja aprovada.
Da redação, com agências