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Espanha: Operários protestam pelados contra fechamento de fábrica

Os operários dizem que esta foi a única forma de se fazerem ouvir

Espanha: Operários protestam pelados contra fechamento de fábrica

Operários espanhóis gravaram e divulgaram na internet um vídeo no qual aparecem nus, portando apenas as ferramentas de trabalho, em protesto contra o fechamento da fábrica onde trabalham.



Com que roupa?

Dublando o clássico YMCA do grupo Village People, os 164 trabalhadores fazem uma coreografia bem humorada contra os planos da multinacional ABB, empresa de tecnologia industrial elétrica, de fechar a fábrica de Trapagarán, no País Basco (norte da Espanha).

"O vídeo produz risos, mas a mensagem é séria. O fechamento da fábrica nos deixa sem nada, sem roupa, sem recursos e sem futuro", disse um comunicado do porta-voz dos trabalhadores, Jorge Marcos.

Os trabalhadores denunciam a injustiça implícita na lógica da empresa capitalista, que se serve dos operários para obter altos lucros e acumular capital e os descartam sem piedade diante da primeira dificuldade. "É injustificável que uma empresa que tenha faturado 100 milhões de euros (cerca de R$ 226 milhões) nos últimos três anos, batendo o recorde de faturamento, deixe toda a linha de produção na rua."

Ouvidos moucos

No protesto, os operários aparecem fazendo seu trabalho habitual em tornos mecânicos e mesas com os capacetes do uniforme, mas completamente nus. Eles realizam suas tarefas cantando e dançando, inclusive mostrando nádegas e parte dos genitais, cobertos na edição por ferramentas de trabalho e imagens justapostas.

O vídeo recebeu destaque nos principais telejornais espanhóis, mas o movimento ainda não teve resposta da direção da ABB. A companhia divulgou um comunicado confirmando a "reestruturação de sua divisão Power Products na Espanha para melhorar a viabilidade nas difíceis condições atuais do mercado espanhol".


"O fechamento da fábrica nos deixa sem roupa e sem futuro"

Os operários dizem que o protesto original foi a única forma de chamar a atenção para seu problema depois de duas semanas fazendo manifestações e pedindo reuniões com os diretores da empresa, sem obter resposta. A multinacional não quer saber de conversa e faz ouvidos moucos ao clamor operário.

Eles alegam que a empresa com sede na Suíça avisou a todos os funcionários que fecha a fábrica "por condições de mercado". O porta-voz sindical diz que a empresa pretende transferir a unidade espanhola para um país do Leste europeu, onde os custos trabalhistas são menores.

Com agências