Chico Lopes volta a defender solução para a greve dos professores
Em pronunciamento realizado na tarde desta quinta-feira (16/06), na tribuna da Câmara dos Deputados, Chico Lopes voltou a defender uma solução para a greve dos professores da rede municipal de ensino de Fortaleza. Lopes denunciou a situação dos 230 mil estudantes que sequer iniciaram o semestre letivo, tendo em vista a greve dos 13 mil professores do Município, desde a primeira semana de aulas.
Publicado 17/06/2011 10:12
"A greve que iniciou em abril, perdura numa situação de pouco diálogo e muita tensão nas negociações com o Executivo municipal. O episódio gerou notícia nacional por conta dos violentos conflitos ocorridos entre a guarda municipal de Fortaleza e os professores durante as manifestações. Aqui dessa tribuna repudiamos a violência e rogamos pelo diálogo como método para que o executivo municipal e os professores conduzam as negociações", afirmou Lopes.
Apelo ao diálogo
O deputado ressaltou o ofício enviado por seu mandato, em parceria com o deputado federal João Ananias e com o senador Inácio Arruda, pedindo ao ministro da Educação, Fernando Haddad, uma ação quanto ao caso, para garantir recursos à Prefeitura de Fortaleza, viabilizando o pagamento do piso salarial dos professores e o cumprimento da lei que estabelece direito a um terço da carga horária para atividades extra-sala – emenda de autoria de Chico Lopes à lei do piso. Lopes também fez referência à decisão da Prefeitura de cortar o salário dos professores em greve.
"O momento requer muita habilidade política tanto da prefeitura quanto dos professores e muita atenção da sociedade para que cheguemos a uma solução o mais rápido possível e possibilitemos a volta às aulas das mais 230 mil crianças da rede municipal de ensino", conclamou Lopes.
"Reitero, finalmente, meu apoio ao movimento dos professores por considerar suas reivindicações e o direito de greve justos. Mas, mais uma vez, chamo atenção para a necessidade de, através do diálogo, chegar ao bom entendimento com o executivo municipal e, mais uma vez solicito publicamente a atenção do Ministro da Educação para a grave situação enfrentada hoje pelo município de Fortaleza", acrescentou Chico Lopes.
O parlamentar também leu a íntegra da nota divulgada pelo PCdoB de Fortaleza sobre o tema, com o ponto de vista do partido sobre a situação dos professores em greve na capital cearense.
Direito de greve
Nesta sexta-feira (17) termina o prazo dado pelo Tribunal de Justiça do Ceará (TJ) para os professores retornarem ao trabalho, mas os representantes sindicais da categoria ainda não foram notificados acerca da decisão da Justiça. A categoria decidiu manter a paralisação.
A decisão foi tomada em assembleia geral realizada hoje pela manhã em frente ao Ginásio Poliesportivo Paulo Sarasate. O TJ declarou a ilegalidade da greve na última quarta-feira (15), dando o prazo de 48 horas para os educadores retomarem as atividades escolares. Caso mantenham a paralisação, as representações sindicais dos professores do município que estão à frente da greve serão multadas em R$ 10 mil por dia. A decisão afronta o direito de greve previsto na Constituição brasileira.
Os participantes da assembleia, após decisão, seguiram para hotel em Fortaleza, onde a prefeita Luizianne Lins (PT-CE) estava reunida com diretores das escolas. Os professores pedem R$ 1.400,00 de salário base para nível médio e um terço da carga horária para atividades fora da sala de aula, conforme determina o Ministério da Educação.
Na mesma ocasião, dentro do Ginásio Poliesportivo Paulo Sarasate, professores da rede estadual de ensino discutem se paralisam ou não seus trabalhos. Atualmente, a remuneração estadual de professores é de míseros R$ 813,79 (nível médio), inferior ao piso, e de R$ 1.461,51 (superior).
Fonte: Agências e Assessoria do Deputado Federal Chico Lopes – PCdoB-CE