Novas lideranças de Presidente Prudente se filiam ao PCdoB

No último dia 14, o Comitê Estadual do PCdoB-SP recebeu a visita de seus mais novos filiados de Presidente Prudente, principal polo industrial e cultural do Oeste paulista. As novas lideranças da cidade são: o medalhista olímpico, Claudinei Quirino da Silva, Wilson de Luces Fortes Machado e Jefferson Ferreira Lima, ambos do Projeto Talento Olímpico e membros da executiva do Partido local.

claudinei quirino - Ricardo dos Reis

Para o secretário estadual de Organização do partido, Marcelo Cardia, “esses novos filiados representam uma avanço muito importante para o povo da região do Oeste paulista. Eles vêm com grande atenção social, especialmente na área esportiva, onde também atuam. E o Claudinei também traz uma história pessoal muito forte, que valoriza a nossa luta do dia-a-dia por uma sociedade mais justa”. (Leia entrevista abaixo).
Estiveram presentes ao ato de filiação, a presidente estadual do PCdoB, Nádia Campeão, o ministro dos Esportes, Orlando Silva e os parlamentares comunistas, a deputada estadual, Leci Brandão e o vereador paulistano Jamil Murad.
Nádia Campeão destacou a pujança de Presidente Prudente e região, que exige grande mobilização partidária para ampliar a força do partido e agora ganha reforço excepcional com os novos companheiros.

Claudinei Quirino, um atleta do povo

Vermelho: Claudinei, gostaríamos de saber um pouco sobre sua infância.
 
Claudinei Quirino: Nasci numa família pobre e morei em um orfanato até meus dezessete anos. No orfanato eu assumi para mim mesmo um compromisso de um dia voltar ali como alguém realizado, de bem. Quando saí do orfanato, fui pedreiro, empacotador e também balconista numa lanchonete em um posto na beira da estrada, entre Bauru e Lençóis Paulista. Voltei ao orfanato 22 anos depois. Visitei os internos e apresentei minha história de vida para estimular os jovens.

Vermelho: Como você desenvolveu sua carreira esportiva?
CQ: Justamente quando eu trabalhava de balconista, observei um rapaz que fazia treinamento esportivo. Mostrei interesse e ele me apresentou para o seu técnico. Foi o começo de tudo. Daí não parei mais.

Vermelho: Foi ai que você se voltou para as questões sociais…
CQ: Não, sempre tive essa inquietação, até por conta da minha história, mas antes das conquistas esportivas eu não tinha recursos para correr o Brasil, como faço hoje com minhas palestras e projeto de inclusão social pelo esporte. Quando conquistei o Ouro como velocista nos 200m do Grand Prix de Iaaf em Munique, em 1999 e atingi o record de 19s89, foi uma vitória especial. Vi que podia pensar em algo para retribuir aos que muito me ajudaram e eu nem pude agradecer.

Vermelho: Por que escolheu a legenda comunista para atuar na luta política?
CQ: Até o fim dos anos 80 eu ouvia comentários preconceituosos. Atuava no PMDB, depois passei pelo PSB, mas quando vi realmente que ideias o Partido defendia, que era uma agremiação de colocar a mão na massa por uma sociedade avançada, justa, eu decidi vir para ser um pião do partido mesmo, disposto a construir o Partido, ampliar o nosso trabalho no Pontal do Paranapanema, junto aos assentados, estimular mais as crianças e a juventude para se moldarem pela prática esportiva, onde se aprende a ter disciplina, respeitar regras, ganhar, perder, se moldando como cidadão. Foi esse o caminho que persegui e persigo.