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Pesquisa aponta força de Netinho em SP; PT debate Kassab

Com a ideia de testar o nome do vereador Netinho (PCdoB) na corrida eleitoral à sucessão do prefeito Gilberto Kassab (PSD) em São Paulo, o PCdoB encomendou pesquisa para o Ipespe. Num cenário com o ministro Aloizio Mercadante (PT) e o ex-governador José Serra (PSDB) como candidatos, Netinho ficou com 17%, contra 26% do petista e 22% do tucano.

Quando só nomes "novos" na política entram na lista da pesquisa, Netinho se sai melhor. Aparece com 23%. Paulo Skaf (PMDB) tem 10%, Gabriel Chalita (PMDB), 2% e Fernando Haddad (PT), 1%. O fato de Netinho ser um cantor popular e de tanto ele quanto Skaf já terem disputado campanhas majoritárias, para o Senado e o governo de SP, explica parte do resultado.

A disputa em São Paulo promete ser quente. Segundo o presidente nacional do PSDB, deputado Sérgio Guerra (PE), Serra está mesmo nos planos. Perguntado pelo Poder Online sobre quais seriam as chances de viabilizar a candidatura, Guerra responde: “Acredito que 30%. Hoje, há 30% de chances de o Serra se candidatar”.

Para o deputado Luiz Fernando Machado (PSDB-SP), fiel escudeiro do governador Geraldo Alckmin, a disputa será novamente polarizada. “Com o Serra na disputa, o segundo turno já está garantido entre o PSDB e o PT”, opina, fazendo uma ponderação: “Se o Serra for candidato a prefeito, é porque deu adeus à disputa presidencial”.

PT

Já Kassab, sob ataque do DEM em todo o país, ganhou no fim de semana um forte aliado em sua intenção de criar seu novo partido, o PSD. Reunido em Sumaré (SP), o PT paulista decidiu manter abertas as portas para que a nova sigla integre a base de apoio da presidente Dilma Rousseff no Congresso e, pelo menos por enquanto, possa até fazer coligações com candidatos petistas nas eleições do ano que vem.

A decisão foi interpretada como um sinal para os demais diretórios do País de que o partido de Kassab não deverá ser tratado como um adversário natural do PT — mas, sim, como uma sigla a ser usada na sustentação do governo e na luta contra a oposição, especialmente em São Paulo. Durante o Encontro das Macrorregiões do PT-SP, a direção paulista conseguiu vetar uma resolução que proibiria alianças eleitorais com o partido de Kassab, caso a sigla seja viabilizada.

A proposta de proibir coligações do PT com o PSD partiu de um grupo de petistas da capital do estado, oposição ao prefeito Kassab. Mas a direção estadual atuou fortemente para evitar que ela fosse aprovada e conseguiu ao menos rachar o partido. O resultado da consulta foi de 236 votos favoráveis à proibição e 236 contrários. Na prática, isso significa que não existe hoje um veto formal ao PSD dentro do comando petista.

A decisão agora deverá ser tomada em um seminário a ser organizado pelo PT somente para analisar a questão. No encontro, que contou com a participação de Lula, os petistas aprovaram o veto formal às coligações com o PSDB, o DEM e o PPS em todo o estado. Por sugestão de vereadores de São Paulo, o PSD foi incluído na consulta, mas a direção conseguiu barrar a restrição formal ao partido que ainda está na fase de coletas de assinaturas para ser viabilizado a tempo de concorrer nas eleições de 2012.

O deputado estadual Edinho Silva, presidente do PT-SP, defendeu pessoalmente a proibição ao veto e pôs todo o peso da direção estadual para evitar que os paulistanos obtivessem êxito. O diretório da capital já declarou ser contra a aproximação com Kassab. "O PT da capital não aceita qualquer possibilidade de união com o prefeito. Discordamos das políticas públicas implementadas pela gestão dele e vamos permanecer na oposição", diz o vereador Antônio Donato, presidente dos petistas paulistanos.

Na capital do estado, o sonho de parte dos petistas seria ter o apoio de Kassab no caso de um eventual segundo turno entre um candidato do PT e um do PSDB. Em conversas reservadas, o prefeito acena com essa hipótese para seduzir os petistas da direção estadual.

Nesta segunda-feira (20), Kassab usou seu perfil no Twitter para afirmar que o PSD já coletou mais de 1 milhão de assinaturas. “Posso afirmar que temos perto de 1 milhão e 200 mil assinaturas de apoio à criação do PSD e que já passamos as 100 mil certificadas”, escreveu. A estratégia de Kassab para garantir o registro definitivo do PSD é apresentar mais assinaturas do que as 500 mil exigidas por lei.

Da Redação, com agências