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Movimentos sociais lamentam morte de Itamar Franco

A União Nacional dos Estudantes (UNE), o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), a Força Sindical e a União Geral dos Trabalhadores (UGT) renderam homenagens ao ex-presidente Itamar Franco, que morreu no último sábado (27). Nas notas de pesar Itamar é reconhecido como "exemplo de homem público", "amigo" e até "um dos maiores brasileiros de seu tempo".

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A capa da página eletrônica da União Nacional dos Estudantes (UNE) desta segunda-feira (4) estampa a foto do ex-presidente Itamar Franco no destaque principal, acompanhada do título "A UNE se despede de um presidente amigo".

Além de valorizá-lo como homem público e democrata, o texto da UNE relata três episódios em especial que estabeleceram a boa relação de Itamar com o movimento estudantil. O primeiro deles ocorreu em 1994, quando Itamar Franco, um ano após assumir a presidência do Brasil, devolveu aos estudantes a escritura do terreno da Praia do Flamengo, 132, no Rio de Janeiro, sede histórica da entidade demolida pela ditadura militar. O ato de entrega foi comemorado pelos estudantes no restaurante Lamas, no Rio de Janeiro, na companhia que nada menos do próprio Itamar, que fez questão de fazer um brinde com chopp.

Outros dois momentos que entraram para a história do movimento estudantil foi o dia que Itamar abriu as portas do Palácio da Liberdade, sede do governo de Minas, para receber uma manifestação da União Estaduald os Estudantes (UEE-MG) e também quando criou a lei que regulamentou as mensalidades escolares em 1993.


Apoio à reforma agrária

Os trabalhadores rurais também reconhecem o valor de Itamar enquanto homem público, afirmando que "Itamar ajudou o MST nas batalhas mais duras pela Reforma Agrária". Para o MST, Itamar Franco tinha compromisso com a Reforma Agrária e “afeto, respeito e admiração" pelo MST, como manifestou em carta em 2007.

Segundo a organização, ele se orgulhava de ter sido o primeiro presidente da República a ter recebido o MST no Palácio do Planalto, em 1992. "A audiência do Movimento com o presidente Itamar teve um significado muito importante, porque a luta dos trabalhadores Sem Terra enfrentou seu momento mais difícil com a repressão durante o governo de Fernando Collor de Mello", diz texto publicado na página da entidade.

O texto ainda reproduz trecho de carta enviada ao 5º Congresso do MST, em 2007, em que o ex-presidente escreveu: "Orgulho-me de nunca ter cumprido nenhuma liminar de reintegração de posse [quando governador de Minas Gerais]".

Em mensagem enviada  à família de Itamar Franco, o coordenador nacional dos MST João Pedro Stédile o reverencia: "Sentiremos muito sua falta, mas temos nele sempre um exemplo de homem público, de ser humano solidário e humilde".

Moivmento sindical

Entre as centrais sindicais, por enquanto apenas a Força Sindical e a UGT lançaram notas de pesar, valorizando o papel do ex-presidente no combate à inflação com a implementação do Plano Real. 

Para a Força Sindical, "Itamar Franco foi um dos maiores brasileiros de seu tempo. Idealista e
com vocação para a política voltada para o social, o ex-presidente que assumiu o comando do país num momento de instabilidade, soube democraticamente dialogar com toda a sociedade visando construir um país mais justo".

Da redação, Luana Bonone, com MST, UNE, Força Sindical e UGT.